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Dúvidas e Dicas

Esta seção é composta de dúvidas de nossos alunos enviadas a nós através dos anos, desde 2003, o início do funcionamento do Grupo Mera, e nossas respostas.

O intuito dessa nova seção é ajudar outros estudantes de Um Curso em Milagres com dúvidas parecidas para que possam caminhar de forma cada vez mais suave, pacífica e confiante de volta para Casa.

Paz e Luz!


Grupo Mera

 

PARA LER A EXPLICAÇÃO, CLIQUE NA DÚVIDA.

 

FAQs - Dúvidas e Dicas

Grupo Mera: A criança que se machuca é o ego, não se esqueça, é a nossa identificação com ele.

É mesmo o primeiro passo para o entendimento dessa questão você perceber que a ideia faz sentido. Ideias não deixam sua fonte, diz o Curso. A projeção da culpa inconsciente, que gera a raiva, só pode nos manter culpados porque ela não sai da mente que a projetou. Ao escolhermos manter a raiva e justificá-la, pensando que realmente não temos responsabilidade sobre o objeto (pessoa/situação) que estamos sentindo isso, deixamos nosso poder de decidir perdoar de lado. Quando nos sentimos justificados nos sentimentos de raiva ou ódio, necessariamente ficamos presos ao vitimismo, ou, à decisão de nos mantermos culpados, já que apenas o ser separado (frágil e sem mente) pode ser atingido de alguma forma. Um ser separado é culpado.

No entanto, lembre-se de não cair no conto do ego e permita-se sentir a raiva. Apenas observe a si mesma no sentido de não justificá-la: as situações (tudo neste mundo) foram feitas por nós. Nós mesmos e todos os envolvidos nelas estamos no mesmo barco: com medo, pedindo amor. Todavia, todas elas podem ser usadas para aprendermos nossas lições de perdão quando escolhemos nos unir ao Espírito Santo. Ainda, e finalmente, vamos lembrar que essas situações não são reais, nunca aconteceram realmente. Pensando nisso muitas e muitas vezes, todos os dias, vamos desmanchando o pensamento viciado com as mesmices do ego. E, como a experiência de leveza e alegria que se seguem a esse treino são “viciantes” também, vamos confiando cada vez mais no Espírito Santo.

Grupo Mera: Isso é complicado para todos nós, estudantes do Curso. Nós fizemos o mundo todo, todas as pessoas, com o propósito (inconsciente) de nos livrar da culpa. Portanto, assumir a autoria é, num primeiro momento enquanto o ego está gritando que isso é muito perigoso, bastante difícil mesmo. Ele, o ego, precisa nos manter culpados pela própria sobrevivência. Ele tenta nos enganar, propositalmente, dizendo que podemos provar que o outro estava errado e nós certos para tentarmos projetar a culpa inconsciente “para alguém”. Entretanto, pensando estritamente a partir do que o Curso ensina, de que outro alguém estamos falando? Em última instância, não há ninguém lá fora. Mas é claro que nós não pensamos/entendemos assim ainda. Mas também é claro que enquanto vamos analisando calma e racionalmente, já que já aceitamos a coerência da ideia de que a separação é apenas um sonho, vamos aos poucos aceitando, sem conflito, que o mundo das formas é a projeção da mente que quer se “safar” da culpa.

Porém, no final, com treino consistente que envolve parada para reflexões e verificação da coerência desse ensino, necessariamente nos depararemos com a verdade: não podemos ser culpados porque nada disso é real. Tudo aqui é uma invenção, uma “brincadeira de mau gosto” do ego, ou da mente que se sente separada. Dessa forma, mesmo com dificuldades, a garantia do final feliz é a nossa motivação para continuar treinando.

Grupo Mera: Quando busca o que é falso, você “enxerga” que é falso porque até então acreditava que era verdadeiro. Então, consegue ver a verdade que está abaixo dessa inverdade.

Nós temos medo daquilo que não sabemos o que é. Imaginamos monstros e perigos e nos mantemos na defensiva dessas fantasias (ce quer dizer: defensiva em relação a essas fantasias?). O medo aumenta ou se mantém. Como diz Um Curso em Milagres:

"Pequena criança, a luz está aqui. Tu estás apenas sonhando e os ídolos são brinquedos com os quais sonhas que estás brincando. Quem tem necessidade de brinquedos a não ser as crianças? Elas fingem que governam o mundo e dão aos seus brinquedos o poder de se locomoverem, de falarem e de pensarem, de serem e de falarem por elas. Entretanto, tudo aquilo que os seus brinquedos aparentemente fazem está nas mentes das crianças que com eles brincam. Mas elas a¬seiam por esquecer que elas próprias inventaram o sonho no qual os seus brinquedos são reais, e não reconhecem que os desejos que eles têm são os seus próprios" (UCEM-T-29.IX.4:3-8).

Identificando os objetos de medo que foram “inventados” por nós, portanto são falsos, não são reais, “cortamos o medo pela raiz”!  Não há por que ter medo do que não existe: "Há uma época em que a infância deveria passar e acabar para sempre. Não busques reter os brinquedos de crianças. Põe todos de lado, pois já não necessitas deles" (UCEM-T-29.6:1-3).

Nosso único transtorno é acreditar que “conseguimos” trair Deus. Disso decorre a culpa que origina o medo de ser punido. Por isso Jesus insiste em todo seu Curso que olhemos para nossos pensamentos de medo (culpa).

Grupo Mera: Vamos partir de um dos princípios básicos do Curso que distingue a mágica do milagre. A mágica é todo recurso para consertar ou manter as coisas aqui no mundo. O milagre é a correção do pensamento para deixarmos de perceber as coisas com o ego e passarmos para a percepção do Espírito Santo.

A mágica é a tentativa de corrigir uma falha ou de sanar alguma necessidade. O Espírito Santo não conserta as coisas aqui porque Ele apenas nos lembra de que não existe falta alguma no Filho de Deus. Entretanto, Ele sabe que, enquanto os percebermos separadamente, teremos muitas necessidades e, então, Ele respeita essa circunstância e nos guia em relação a aceitarmos todas as mágicas.

Você já pensou se alguém resolvesse não tomar anestesia para um procedimento cirúrgico ou mesmo não fazer uma cirurgia necessária, ou ainda resolvesse não tomar mais água nem comer?

As mágicas parecem necessárias por causa das nossas carências aparentes aqui. E enquanto nos virmos como um indivíduo separado, sentiremos, em algum nível, alguma carência.

Você só "trairia" o Curso se tentasse deturpar o que ele ensina (pôr palavras na boca do Jesus) e, ainda assim, estaria tudo certo. Não há pecado nisso também. Jesus e o Espírito Santo sabem que nosso estado de confusão é muito profundo, assim como nosso terror constante, por mais que tentemos disfarçar tudo isso, encenando um papel de pessoas "maduras" e "bem resolvidas".

Nós realmente precisamos de muitas mágicas ainda. O dinheiro, que você mencionou num outro dia, é um exemplo. Entenda isso, por favor: tudo o que for útil para o bem-estar está certo! Embora todas as coisas sejam boas e más apenas por causa do significado que damos a elas, estar bem e em paz nos deixa mais próximos do estado de oferecermos a “pequena disponibilidade” de permitirmos que o Espírito Santo nos ajude e oriente em nosso caminho.

Nós vamos, aos poucos, abandonando as carências enquanto nos "livramos" das necessidades lembrando-nos de que nada aqui pode ser real. E, quando consideramos tudo como mágica, o perdão é uma “mágica” muito útil - não? Ele sana a necessidade de correção da percepção, porém, é a solução que leva à “não necessidade”, por isso, é a “última mágica necessária”. Ele também é irreal, pois na Verdade, não há nada a ser perdoado, mas é o meio mais eficaz e direto para nos ajudar a entender isso.

Aproveite todas as mágicas que possam lhe trazer paz e bem-estar para poder ficar livre (com menos preocupações) e poder treinar ouvir o Espírito Santo!

Aceitar as mágicas com consciência disso não as torna reais e, ainda, deixamos o ego mais quieto nessas “satisfações” que ele tanto grita serem imprescindíveis. Como diz Gary Renard em seu livro, "O Amor não esqueceu ninguém" (traduzido e publicado em português pelo Grupo Mera): "Não há nada errado em jogar um osso para o ego de vez em quando" - desde que saibamos que aquilo também não é real.

Grupo Mera: Você está no começo do nosso treino, estamos no início do Módulo 1. Essa frase, especificamente, é uma tentativa de trazê-lo para este momento. Se você, por uma fração de segundos (mesmo enquanto lê esta resposta), se lembra de que só este momento existe, já "criou um ponto de memória" que lhe faz lembrar de que esses sentimentos de limitação só existem porque nós nos identificamos com o ego, nos esquecemos Quem somos e filhos de Quem somos.

Às vezes isso parece utópico, sabemos, e nos traz certa raiva porque queremos as soluções agora para os problemas que percebemos.

Isso é, de novo, uma manipulação "vulgar" do ego para que nos mantenhamos distantes da origem de todos os problemas - A MENTE QUE SE SENTE SEPARADA.

Tente se parabenizar por uma minúscula vitória, por alguns segundinhos de paz e alegria que podem acontecer a qualquer momento: quando você para tudo o que precisa fazer e brinca com sua filhinha, quando assiste a um filme, quando namora sua esposa. Tente se lembrar de que você pode estar centrado em qualquer coisa boa e isso será uma vitória imensa, mesmo que aparentemente você ainda não sinta assim.

O Dr. Antônio Damázio, neuropsiquiatra português, diz em seu livro “O erro de Descarte”, que não existe nada mais salutar para uma mente que dar férias a um problema. Se a ciência, mesmo com limites, já concluiu dessa forma com pesquisas, você pode imaginar que seu treino, que junta entrega e gratidão ao Espírito Santo ou Jesus, será o equivalente a duas férias!

Divirta-se um pouco, o quanto puder. Experimente deixar a seriedade de lado, nem que seja por um pequeno período de tempo. Lembre-se de que, mesmo que você ainda não consiga acreditar nisso, existe sempre outro modo de ver e perceber as coisas, os eventos. Se não fosse assim, todos nós sofreríamos pelas mesmas coisas e veríamos tudo da mesma maneira. Só isso já valeria para você desconfiar do que seu ego está lhe falando a respeito do seus "limites reais", não?

Grupo Mera: Podemos pensar sim nesses passos básicos para o perdão. No entanto, esteja atenta: somente o primeiro "reconhecer o que se sente" é um trabalho "nosso", enquanto tomadores de decisão. As outras duas fases/passos não são nossas responsabilidades, ou competências, melhor dizendo. Não podemos fazer isso sozinhos porque nós fizemos o mundo e acreditamos na realidade da nossa obra, portanto, precisamos de Alguém de fora desse contexto para nos ajudar. É o Espírito Santo, que executa esses passos por nós, se assim permitirmos. Só Ele pode pensar e ver as coisas junto com Deus. Lembre-se: o tomador de decisões não faz e não pensa nada sozinho, sempre com o ego ou com o Espírito Santo. Quando pensamos que "temos de" nos desapegarmos ou substituirmos sentimentos e ações, estamos junto do ego e perdidos na sua característica principal: arrogância. Por isso você pode relaxar e se responsabilizar apenas por estar disponível para o "primeiro passo" do perdão. Deixe o trabalho dos outros passos para Quem pode fazê-lo. Esse processo vai ficando cada vez mais fácil e claro conforme nos aprofundamos no treino com o Curso. A dificuldade com o autoperdão é sua, minha e de toda humanidade. Mas sentir o caminho mais aberto já é um grande avanço, tenha certeza!

Grupo Mera: Você está certa, nosso “erro” é sempre dar realidade aos acontecimentos. Mas esse é o último estágio, ou, o ponto final. Antes temos que olhar de frente, para os acontecimentos como nós os percebemos. Depois entendemos que construímos juntos com as outras pessoas todos os eventos e olhamos para nossas “dores reais” para então nos lembrarmos de que nada que não tenha sido criado por Deus pode ser verdadeiro.

O autoperdão é mais difícil porque não conseguimos nos perdoar por “termos traído nosso Criador” (a historinha contada pelo ego que nós acreditamos).

Sua síndrome de perfeccionismo, que não é exclusividade sua, foi sim um pedido de amor porque querer ser admirada também é um pedido de amor. Nós todos nos sentimos afastados do amor e essa fantasia toma diversas formas. Você não precisa se decepcionar quando encontra as verdadeiras intenções das suas ações, elas são apenas mais manobrazinhas do ego para nos manter culpados, em última instância. Fique, ao contrário, feliz por tê-las encontrado agora. Perdoe-se por isso também lembrando que o perdão não pode ser executado por você, mas pela sua permissão para que o Espírito Santo tome a frente.

Grupo Mera: Eu penso que será mais didático pensarmos organizando em passos o que está bastante confuso para vocês:

1 - O mundo inteiro é uma projeção de um ÚNICO pensamento de culpa. As milhares de formas que as historinhas individuais tomam têm o mesmo conteúdo.

2 - O "filme já foi filmado", ou seja, a diminuta e louca ideia já acabou - nós escolhemos as nossas historinhas de culpa e as revivemos. Mas elas já acabaram - no sentido da Realidade (o que não é Amor, não pode ter sido criado por Deus, portanto, é ilusório). Mas nós, a parte da mente que decide reviver essas projeções (filmes) de culpa, as estamos assistindo em câmera lenta e não temos consciência disso - por isso elas parecem estar acontecendo agora e, então, parece que nós não temos "controle ou responsabilidade" sobre nada: o filme está nos filmando e não nós a ele, quando na verdade, só pode ser o contrário - nós é que estamos sonhando um filme. E precisamos apenas nos lembrar disso para resgatar o poder para despertar.

3 - Quando nos culpamos pelos acontecimentos e lutamos firmemente para mudar as coisas aqui no mundo, o que estamos fazendo (do ponto de vista Real) é tentar mudar o que estamos vendo NA TELA onde está sendo projetado o filme. Obviamente o Curso não diz que não devemos fazer as coisas aqui e resolver os problemas. Mas diz que deveríamos pensar sobre isso e ir desmanchando as loucuras que o ego inventou e nós acreditamos. Mas, só podemos fazer isso junto do Espírito Santo.

4 - Junto do Espírito Santo - NÃO quer dizer confiar plenamente! Jesus sabe que nós não confiamos nele ainda. Ele não fica bravo e nem se ofende com isso. Ele sabe que ele representa uma ameaça grande pra nós que acreditamos ser um ego. Fizemos de Deus (Amor) um inimigo e ele representa a presença do Amor em nós. Inconscientemente pensamos que o Amor vai nos matar porque nós o traímos.

5 - Olhar para tudo isso aos poucos e nas situações menos difíceis (treinar sistematicamente - TODO DIA É DIA DE TREINO) vai construindo um suporte (alicerce) sólido para quando o ego vier em revanche (sempre que vamos nos aprofundando na teoria ele resiste com muita força  - são as fantasias de medo). E creio que este seja o caso de vocês nesse momento. Entenda, esse alicerce profundo nos faz recobrar a razão mais rápido.

6 - As pessoas que nos rodeiam (TODAS - inclusive os filhos) são "projeções" nossas no papel que elas representam para nós - algozes ou vítimas. Mas são tão poderosas quanto nós e "vítimas" de suas próprias criações, também como nós. Nossa responsabilidade é, sempre junto do Espírito Santo, mesmo que estejamos com pouca disponibilidade de confiança, ir mudando para a Sua visão deles, consequentemente para a Sua visão de nós mesmos ("quem sou eu").

7 - Nesse processo, manter em algum momento (cantinho da mente) a lembrança de que nada disso é real, que os sonhos de horror e de prazer não podem mudar a Realidade do que Deus criou e também, a humildade de lembrar que nós "nós não sabemos nada", que "não sabemos para que servem as coisas e os acontecimentos" e "não sabemos o significado de nada que aparentemente nos acontece", tudo isso será imprescindível para que possamos pedir  A PAZ DE DEUS em vez das modificações ou resoluções das situações, posto que elas são apenas as projeções, cuja causa (projetor) está na mente.

8 - Tente fazer essa prática e ensine sua amiga: Uma vez ao dia sente-se e aquiete sua mente por uns 2 minutos com a seguinte ideia "eu peço a Paz de Deus agora. Por este instante libero a minha necessidade de resolver esta situação". E tente se acalmar. Essa pequena prática pode ter resultados muito positivos para o seu estado mental mais calmo e isso vai ajudá-la a ouvir com mais confiança a Voz por Deus em você.

Grupo Mera: O Curso ensina exatamente isso, que o investimento em qualquer coisa aqui é um investimento no nada, já que tudo é uma ilusão, inclusive ele próprio que nos dá o caminho para esse entendimento. No entanto, Jesus explica que, justamente porque nós não acreditamos que o mundo não seja real, para que essa compreensão aconteça, nós temos que começar exatamente onde nós pensamos estar: neste mundo, com uma existência individual e separada "real". Por esse motivo, ele fala conosco também em uma linguagem dualista, pois, caso contrário, não conseguiríamos compreender seus conceitos de forma alguma.

UCEM é apenas um instrumento extremamente útil para nos conduzir pelo caminho que nos levará a lembrarmos da nossa Realidade como o Filho de Deus. Como qualquer instrumento, será útil enquanto ainda precisarmos dele. Não há nada de inerentemente “sagrado” ou especial no Curso em si, apenas na Fonte de onde ele se originou.

É essencial que analisemos as ideias apresentadas no Curso percebendo sua coerência. Essa “análise” é, numa grande parte do tempo, experienciada mais que racionalizada. Mas sem esse olhar analítico podemos achar que já aceitamos ou entendemos tudo e então, sem perceber, seremos convidados sutil e incessantemente pelo ego a desconfiar desse ensinamento porque o ego sempre exige provas, embora ele mesmo jamais tenha apresentado qualquer uma.

Uma das grandes armadilhas do ego é exatamente nos levar a pensar que já avançamos nesse caminho muito mais do que efetivamente fizemos porque assim, passaremos a pensar que já entendemos e sabemos tudo, então, a possibilidade de realmente nos abrirmos para essas mudanças fica automaticamente suspensa.

Grupo Mera: Essa dúvida é a de todos, mesmo quando estão já entrosados nos conceitos do Curso. Acreditamos que o que acontece é que nós pensamos que haja passos determinados e diferenciados para se atingir um determinado fim; talvez pensemos em algo ritualístico para cada situação. Mas o Curso ensina que, como o conteúdo é sempre o mesmo, podemos seguir um roteiro único. Vamos começar pelo fim porque o objetivo, ou a meta, é que vai determinar esse passo a passo.

Nosso objetivo não é apagar as memórias do que aconteceu porque isso não é possível e nem é necessário. Nossa meta é tirar a “carga emocional” dessas lembranças, o que quer dizer tirar a “realidade” dessas emoções que nos afetam e machucam, fazendo um trabalho que envolve etapas. O perdão é um processo.

Já discutimos bastante essas etapas ao longo de nosso livro, então, o que precisa ficar mais claro para você, talvez seja que, a cada vez que olhamos (analisamos, revemos as situações e pedimos ajuda ao Espírito Santo) para uma pessoa ou situação que necessita ser perdoada, mesmo que isso tenha que se repetir inúmeras vezes, criamos um “ponto de memória” diferente para ela. Quando nossa percepção deixa, mesmo que apenas por um instante, essas dores de lado e nós compreendemos que este mundo não passa de uma sala de aula na qual estamos aprendendo nossas lições de perdão, a pessoa ou a situação vai adquirindo um novo “status”, vai deixando de ser um algoz. Assim, nós também vamos adquirindo um novo status – deixamos de ser vítimas indefesas e sem nenhum poder e passamos a ser os criadores das nossas próprias lições.

Essa dinâmica em geral tem que ser repetida muitas vezes para um acontecimento traumático, mas uma hora teremos tantos pontos de memória sem a carga da emoção e de entrega real ao Amor de Deus para que sejam perdoados, que chegaremos a sentir que essa pessoa ou situação não passa de uma memória antiga, sem importância alguma no sentido de nos causar dor. Ao contrário, por mais difícil que possa nos parecer a princípio, um dia sentiremos gratidão a todos que nos ajudaram a aprender nossas lições de perdão.