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DÚVIDAS E DICAS – GRUPO MERA

 

 

Esta seção é composta de dúvidas de nossos alunos enviadas a nós através dos anos, desde 2003, o início do funcionamento do Grupo Mera, e nossas respostas.

 

O intuito dessa nova seção é ajudar outros estudantes de Um Curso em Milagres com dúvidas parecidas para que possam caminhar de forma cada vez mais suave, pacífica e confiante de volta para Casa.

 

Paz e Luz!


Grupo Mera

 

PARA LER A DICA, CLIQUE NA DÚVIDA.

 

 

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1 - Estudante: Sinto que preciso de algo adequado para eu conseguir ouvir o Espírito Santo. Acredite, o "cara" (ego) é tão encardido que achou jeito de aborrecer com esta ideia: "Você está de férias e não consegue relaxar, porque o que queria era ficar quieta com o "seu Jesus", e com essa casa cheia de gente, não vai conseguir... blá-blá-blá... e nem consegue terminar seus afazeres domésticos, do tipo arrumar as suas coisas pessoais... e as meninas que trabalham com você também não lhe deixam quieta... Como vai ficar em quietude se nem tem paciência pra ficar parada você tem...” Eu queria fazer tantas coisas nessas curtas férias! Ai, ai, ai, ai... Ele não para de falar e não estou conseguindo ouvi-Lo... E o pior é estar com uma dor de cabeça desse tamanho... Com primos que não via há oito anos! Ninguém para de falar, de cozinhar e me pedir onde estão as coisas... E ainda tem a culpa de me sentir incomodada: "Faz oito anos que você não os vê, são só esses poucos dias..." Vou te contar... esse coisinho chamado ego acha cada brecha! Bem, penso que esses minutos aqui, escrevendo, serão suficientes para eu me lembrar da Verdade, e que o resto o Pai faz, é isso? Eu só precisava entender, não é?

Grupo Mera: O papel do ego é esse mesmo: azucrinar! O seu é escapar dele... Sabemos que não é fácil.

Mas tentemos ir passo a passo. Primeiro lembre-se de não resistir ao falatório. Pense, fale, ou escreva “é isso mesmo, fiz uma burrice em tentar reencontrar essas pessoas estando tão cansada. Sim, eu mesma sabotei minhas férias. Sim, estava com saudade deles, mas estou cansada. Isso não tem nada a ver com não amá-los”.

Vá enumerando todos os recados. Mas não se esqueça de incluir o “sim, nesse estado não consigo ouvir o Jesus, MAS ele está aqui!”

Você está, a cada dia, mais atenta a distinguir a voz do ego, por isso ele se agita mais também.  Não se preocupe. Seja mais gentil consigo mesma, que as pessoas à sua volta serão “atingidas” por essa mesma gentileza.

Dê-se o direito de um descanso. Seu ego não conta, mas o auto-ódio fica presente quando não nos damos o direto de descansar. Uma grande maioria de nós aprendeu assim, mas agora pode aprender a fazer de modo diferente, sem raiva e sem culpa.

Se você não se esforçar, vai distinguir a Voz do Espírito Santo logo. Lembrando: Ele sempre sugerirá cuidar de si mesma, o que não será feito em detrimento de cuidar dos “outros”. Quando somos gentis conosco, somos gentis com as outras pessoas.

 

2 - Estudante: Conheço UCEM há muito tempo, desde 2000. No começo deste ano comecei a fazer os exercícios, ler o livro e li O Desaparecimento do Universo que, assim como o UCEM diz que tudo o que percebemos neste universo é uma criação da mente separada, certo? Uma pessoa de Portugal fazendo uma introdução ao UCEM, disse que a física quântica "encontrou Deus" dentro do átomo e que é essa substância dentro do átomo que estamos "procurando" através de UCEM. Perguntei a um grupo virtual se isso procedia, se a física quântica havia encontrado Deus dentro do átomo, então Deus era perceptível pela ciência... Como sempre, este grupo falou, falou, falou e falou, mas não disse nada, fiquei desanimado e parei de estudar UCEM.

Grupo Mera: Um Curso em Milagres não pode ser "adaptado" aos conhecimentos que o mundo propõe porque ele justamente reverte toda nossa maneira de pensar. Isso realmente confunde muitas pessoas que são sinceras em seu propósito de estudar/aprender ou ensiná-lo.

Não é muito fácil explicar em poucas palavras a sua pergunta, mas vamos tentar. Deus ESTÁ no átomo, mas não "foi encontrado" lá. A física quântica, outras partes da ciência e muitas filosofias tentam achar essa explicação desde sempre. O Curso ensina que "Deus está em tudo o que eu vejo, pois Deus está em minha mente” (UCEM-LE-pI.30).

Em nosso curso de facilitação demoramos em torno de quatro horas em nossas aulas no módulo 1 para falar sobre isso. Nossa metodologia pra ensinar esse Curso tem muitos anos e, pela nossa experiência, é o passo a passo com a teoria e a prática dele que traz uma compreensão mais segura. No entanto, vamos tentar ser breves aqui.

O Curso se resume em dizer que a única realidade é Deus (ele diz Deus é e nada mais é). Diz que Ele tem um filho apenas - extensão de Sua Mente – que é Amor. Diz que Seu filho único, por causa de uma ideia insana e completamente impossível (a "diminuta e louca ideia") pensa que está separado Dele e de seu próprio Ser. Acreditar nessa pequena e ilusória ideia faz o filho "ver" um mundo de formas e "ver" a si mesmo como muitos - nós mesmos como corpos e nossos irmãos como outros corpos separados. Mas, se Deus é e nada mais é, então, tudo o que pensamos ver separado é uma ilusão, um sonho de separação.

O que importa para o Curso, mais do que entendermos sua metafísica, é nos ajudar a treinar nossas mentes para entendermos que a separação é impossível. E isso PRECISA ser passo a passo. Nossas mentes retornam à sensação de segurança e paz; e com certeza não estão assim enquanto pensamos que vivemos neste mundo. A sensação de se estar seguro no dia a dia é que pode nos fazer "entender" que Deus está em tudo, mas jamais em algum lugar específico porque Ele é Amor e o Amor sempre pode estar onde é chamado.

Ainda sobre Deus, o Curso é bastante claro em dizer que o máximo que conseguiremos falar ou pensar, é sobre Sua Natureza.

 

3 - Estudante: Olá, amigos. Mais uma vez recorro a vocês para dissipar minhas dúvidas. No texto do livro capítulo 12, O currículo do Espírito Santo, seção III, “O investimento na realidade”, parágrafo 4: "Reconhece o que não importa e se os teus irmãos te pedem algo ‘ultrajante’, faze, precisamente porque não importa (...). Contudo, foi apenas tu que fizeste com que o pedido fosse ultrajante e todo pedido de um irmão é para ti”. Não entendi a utilização da palavra "ultrajante" e por isso o texto ficou incompreensível para mim. Ajudem-me, por favor. Obrigada e um grande abraço amoroso.

Grupo Mera: Sempre tenha em mente que o Curso fala conosco em dois níveis. Em um, ele fala das coisas do mundo e como vamos caminhando com os milagres aqui. No outro, como no caso da parte que você pergunta, ele fala sobre a sua metafísica: o mundo é uma ilusão, portanto, não existe.

A palavra “ultrajante” se refere a qualquer coisa que uma pessoa insista que devamos fazer e nós nos recusamos (interesses opostos). Quando ela insiste, ela realmente pensa que a realização disso a “salva” de alguma maneira. Quando nós a contrariamos, é porque acreditamos que o contrário nos salva de alguma maneira. Jesus está dizendo que fazer ou não fazer, na realidade (Céu), não importa. Mas que podemos entender essa “dinâmica” entre o pedido de salvação dessa pessoa e a nossa tentativa de sermos salvos com a recusa em atendê-la – ambos os casos, ilusórios. O pedido de salvação de algum irmão é, na verdade, o nosso próprio pedido, mesmo quando as formas são aparentemente opostas. Pois nós já estamos salvos, então, a necessidade dessa lembrança é de nós dois – minha e do meu irmão.

Sendo assim, qualquer coisa que façamos atendendo a um pedido de alguém, não teria qualquer significado ou não deveria nos ferir, caso lembrássemos exatamente Quem somos.

No entanto, um pouco depois, no capítulo 16 (T-16.I.6:4-5), ele modifica, ou explica de outra maneira: "Eu disse que se um irmão te pede para fazeres alguma coisa tola, que a faças. Mas esteja certo de que isso não significa fazer alguma coisa que vá ferir a ele ou a ti, pois se ferisse um, feriria o outro".

A forma como fazemos as coisas por aqui realmente não importa para caminharmos para a Expiação. Mas se estamos agindo com amor (Espírito Santo) ou com medo (ego) isso faz toda diferença. Quando precisamos responder a um pedido e examinamos nossa mente em relação a "identificar" os pensamentos não benignos ou não amorosos sobre a situação/pessoa/resposta, a ajuda do Céu fará com que encontremos a forma mais adequada de responder - não machucando ninguém.

 

4 - Estudante: Como é possível através de um curso, alguém chegar a Deus, ou mesmo ficar com a mente em paz?

Grupo Mera: O Curso não é um movimento, uma religião, nem tampouco mais uma igreja. É estritamente um sistema de ensino através do qual indivíduos podem encontrar o seu caminho para Deus praticando seus princípios. No entanto, o Curso é bastante claro ao dizer que esse não é o único caminho para o Céu. No início do Manual de Professores (M-1.4:1-2), há uma passagem que diz que essa é apenas uma forma do curso universal entre muitas outras:

“Esse é um manual para um currículo especial, voltado para os professores de uma forma especial do curso universal. Existem milhares de outras formas, todas com o mesmo resultado.”

Em Um Curso em Milagres, aprendemos que a paz não tem nada a ver com o externo, o que significa que o mundo externo não nos ameaça, nem nos vitimiza, nem nos agrada – é isso que aprendemos com o Curso: somos nós que damos todo poder ao mundo, por isso podemos retomar esse nosso poder.

Todos temos problemas neste mundo. A grande maioria desses problemas acontece em nossos relacionamentos com as outras pessoas. Somos ensinados em UCEM a tomar consciência de que nossa percepção aprendida determina a forma como vivemos e também de que nossas mentes estão absurdamente confusas e em guerra com o volume imenso de pensamentos diários.

Um exame sincero de nossos dias agitados e com alguns conflitos pode ajudar a perceber que não andamos muito "em paz", e ainda, que muitas coisas parecem ter o poder de nos deixar irritados, tristes ou com medo... Com o treinamento persistente da mente proposto por UCEM, rapidamente entendemos que nada nem ninguém tem qualquer poder sobre nós.

O Curso nos guia e nos ensina, através de sua filosofia e metodologia próprias, que nós podemos fazer escolhas diferentes das que temos feito. E assim vamos realmente entendendo que o nosso universo exterior é o reflexo do interior.

 

5 - Estudante: Tenho oscilado muito. Meu filme chamado “minha vida” beira o terror... Muita coisa “pareceu” piorar desde que me insurgi contra o tal ego (mesmo que de leve): problemas familiares graves. Estou na lição 23 do UCEM. Ontem me bateu um medo danado da “vingança” do ego. Após muita “conversa/diálogo interno” retomei um pouco o equilíbrio. Eu sei que o ego é parte da minha mente e, portanto, procurei perdoá-lo e levar o medo identificado para o Espírito Santo curar. Muita coisa está emergindo ao mesmo tempo. É uma luta em busca da paz!

Grupo Mera: O caminho com o Curso fica mais leve quando trocamos ideias e somos lembrados "por outro" do que já sabemos. É bastante útil conversarmos com outros estudantes, pelo menos de vez em quando.

Lembrando-nos de uma coisa básica: a paz da mente é realmente um estado do qual não queremos mais sair, quando alcançado, pelo menos em alguns momentos. Mas nós temos o direito de não ficarmos em paz enquanto dermos realidade a este mundo insano.

Eu penso que você está “se obrigando” a ficar em paz, aliás, isso acontece com a totalidade dos estudantes desse Curso em uma ou outra fase.

Experimente não lutar contra. Experimente pensar: “sim, estou com medo, com raiva, etc., e daí?” Tente pensar com gentileza e paciência a respeito de si mesmo, tratar-se gentilmente quando se perceber entrando no jogo do ego.

Ainda será difícil, mas será meio caminho andado perceber seus pensamentos de autocondenação. Você pode tentar fazer o seguinte exercício: pense em alguém de quem gosta muito e que esteja passado por uma situação igual à sua. Imagine que você está conversando com essa pessoa.  O que você diria a ela num momento aflitivo? Faça isso como um “exercício” mesmo: fique quieto e procure se lembrar de que o que você disser a ela, necessariamente será válido para você.

 

6 - Estudante: Eu tenho Um Curso em Milagres, mas o estudo “meio aos trancos e barrancos”. As leituras paralelas são muito importantes para mim porque me ajudam demais no entendimento do Curso, por exemplo, o livro de vocês, Um guia para o perdão. Aliás, espero que vocês escrevam outro livro, e logo! (risos) Neste momento, peço uma ajuda para esclarecer uns pontos que às vezes me parecem contraditórios ao que o Curso ensina. Eu ainda me sinto com necessidade de pedir certas ajudas espirituais, seja através de passes, orações ou mentalizações. E vejo que têm efeito. Como devo encarar isso? Praticar UCEM com afinco realmente vai me trazer a resolução de problemas, e especificamente, meus problemas com os meus familiares?

Grupo Mera: O Curso não pede para que não façamos nossas práticas espirituais que gostamos ou pensamos que necessitamos. Pelo contrário, ele explica que o Espírito Santo vai nos ajudar sempre no nível em que estamos (ou pensamos estar) do entendimento de Sua mensagem.

Enquanto você faz essas práticas, vai aprendendo a confiar mais e mais Nele e, então, Ele pode ir ensinando o caminho que vai realmente nos levar de volta para Casa em Deus. Isso deve significar que você irá deixando sua percepção de si mesma de ser um ser frágil e vulnerável, passando à lembrança de que é um Filho de Deus muito amado, completo e forte, que não está à mercê de perigos, na realidade.

Quanto à outra parte da sua pergunta, a “cura” dos nossos relacionamentos (familiares, românticos, de trabalho...) é mesmo o caminho, o meio que Um Curso em Milagres usa para essa volta para Casa. Sua prática com certeza visa a resolução deles.

 

7 - Estudante: O que é Um Curso em Milagres?

Grupo Mera: É um curso em forma de livro que compreende 3 livros: texto, livro de exercícios e manual para professores. Sendo um curso para o treinamento da mente, tem uma metodologia de ensino própria e também uma filosofia distinta.

Ele foi escrito através de um “ditado interno” que durou sete anos. Esse processo é chamado de canalização. Sua escriba Helen Schucman, para quem foi ditado, e William Thetford, que a ajudou durante todo esse tempo, publicaram-no pela primeira vez em 1976, nos Estados Unidos. Desde então, o Curso tem sido publicado em muitas línguas em todo o mundo; as traduções hoje já alcançaram mais de 90% delas.

Definir Um Curso em Milagres em poucas palavras é uma tarefa quase impossível por causa das muitas categorias nas quais ele pode ser encaixado. Por exemplo, podemos dizer que ele é um curso para o autoconhecimento, ou um sistema filosófico, ou... E muitas outras ainda se encaixariam na tentativa de defini-lo.

É um curso essencialmente prático que treina nossas mentes a recobrarem o próprio poder fazendo-nos experimentar a capacidade de escolha para nos mantermos em paz, e mais centrados em nossas decisões, independentemente das situações.

O Curso usa termos cristãos, embora com uma conotação bastante diferente. E encontramos também, alusões a filósofos, por exemplo, Platão. Podemos ainda perceber muito conteúdo das filosofias orientais, como a afirmação de que o mundo é uma ilusão.

 

8 - Estudante: Se Deus é Onisciente como Ele não sabia que uma pequena parte de Cristo iria sonhar com a separação criando o sofrimento? Eu sei que é o ego, mas não consigo deixar de culpar Deus pelo sofrimento. Agradeço muito sua ajuda.

Grupo Mera: Sempre que essa pergunta aparece, precisamos primeiro nos “localizar”, e entender alguns aspectos importantes:

- Não é possível entendermos a Unicidade total a partir da nossa perspectiva “fragmentada” neste mundo.

- Não temos como não acreditar no sonho, estando dentro dele, portanto, precisamos da ajuda de alguém que esteja fora do sonho para poder nos dizer o que é real.

- O tão falado “sofrimento” faz parte do sonho, portanto, NÃO é Real.

Seu “ressentimento” contra Deus é muito natural, no estado atual de separação em que pensamos estar. Mas, se acaso Deus interviesse no sonho, estaria afirmando sua realidade, o que então tornaria todo o sofrimento que vemos “aí fora” real. E, nesse caso, não haveria mesmo esperança de alívio ou escapatória para nós.

Como Deus, sendo Onisciente, poderia não saber que uma parte de Cristo iria ter esse sonho? Algo fundamental a respeito dessa dúvida é entendermos que um sonho NÃO tem poder real de causar nenhum sofrimento, portanto, Deus – falando de forma que possamos entender com nossa mente “fragmentada” – sabe que Seu Filho não está realmente sofrendo, mas que está apenas sonhando, perfeitamente capaz de despertar. Para isso, ele nos enviou o Confortador, o Guia, chamado de Espírito Santo em Um Curso em Milagres, para que possamos despertar suavemente desse sonho.

E, como acontece com os sonhos noturnos, tão logo despertamos, todo o “sofrimento” desaparece no nada de que foi feito.

Todos esses “volteios em torno do nada” são sim apenas artimanhas do ego para nos manter aprisionados e mergulhados ainda mais no sonho. Sugerimos a você que não se concentre tanto nessa questão agora, mas que se volte ainda mais efetivamente para a prática do Curso, através da aplicação de seu ensino no seu dia a dia, em seus relacionamentos, da prática do livro de exercícios, e, se achar bom, através dos nossos módulos – que realmente têm ajudado inúmeros estudantes nessa caminhada.

Vai chegar um momento, em que você vai se sentir completamente livre de toda essa apreensão, e aí, todo o questionamento perderá definitivamente o valor que ainda tem para você. Lembramos, ainda, que é realmente impossível para nós, nesse estado mental atual, entendermos a Realidade da Unicidade indivisível do Céu.

 

9 - Estudante: Quais são as semelhanças entre seu livro e o dos Milagres?

Grupo Mera: Nosso livro, Um guia para o perdão, tenciona ajudar no entendimento das  principais ideias apresentadas no Curso para os que o estudam, já que muitas pessoas têm dificuldades nesse sentido. Pretende também mostrar de forma facilitada essas ideias para as pessoas que não conhecem Um Curso em Milagres.

Esse livro é o resultado de nossas experiências pessoais com o treino dos conceitos em UCEM e também com o de nossos alunos, ao longo desses anos com os cursos do Grupo Mera – fundado em 2003. Toda essa experiência tem nos mostrado o quanto é importante termos um “ponto de partida” mais acessível para entrarmos em contato com esses conceitos do Curso, para depois, já mais familiarizados com essa reversão completa de pensamento, nos dedicarmos ao estudo profundo do livro em si.

Uma vez que o perdão ensinado pelo Curso não é o perdão que conhecemos aqui no mundo, nosso livro tem a intenção de ser um caminho para o melhor entendimento da concepção de perdão dentro de UCEM. Com esse intuito, ele é totalmente baseado em Um Curso em Milagres.

Longe de ser um substituto ao estudo de UCEM, nosso livro se constitui em um incentivo para seu estudo e prática.

 

10 - Estudante: Eu entendo quando o Curso diz que somos responsáveis pelas nossas vidas e experiências, mas quando existe algo que você queira e que depende de outras pessoas quererem também, isso o impede de consegui-lo? Quando você quer, mas a outra pessoa que faz parte da sua vida não quer, o que acontece?

Grupo Mera: Interesses conflitantes são a tônica deste mundo, pois ele foi feito exatamente por causa disso e para isso.

Todo o nosso treino com Um Curso em Milagres nos leva a procurar ver interesses compartilhados, em vez de separados, porque interesses separados é a ferramenta principal do ego - "um ou outro"; se um ganha, o outro necessariamente precisa perder.

Em uma situação dessas, o melhor a fazer é colocar a situação nas mãos de Jesus, do Espírito Santo, e pedir que o ajudem a ver tudo isso através dos olhos Deles. Nosso pedido deveria ser para que nos ajudem a manter a calma e a lucidez e não a resolução que pensamos ser a “melhor”. Nós não sabemos o que é melhor para nós. O Espírito Santo sabe. Ainda, nós não podemos ter a perspectiva total das situações (as lições de perdão que cada um tem), no entanto, Ele tem.

Quando conseguimos nos colocar "acima do campo de batalha", ou seja, como observadores apenas, tudo o que antes nos parecia tão fundamental e importante, assume uma posição mais “clara”, sem tanta importância, em nossas vidas.

Esse não é um processo fácil, nunca é. Mas é possível, com treino e dedicação.

 

11 - Estudante: Que tipo de atitude é possível adotar com o estudo de UCEM? Em que os módulos do Grupo Mera podem ajudar?

Grupo Mera: Serenidade seja, talvez, a primeira palavra. A palavra “milagre”, em UCEM, é a correção do pensamento. Como falamos antes, o universo exterior é o reflexo do interior, então, nossas interpretações ou percepções é que fazem as coisas parecerem de forma específica para cada um de nós – por isso, uma mesma situação pode ser vista de maneiras diferentes por pessoas diferentes.

Quando entendemos e praticamos o ensino de Um Curso em Milagres, a serenidade é acompanhada de segurança no resgate da nossa verdadeira autoestima, porque o perdão é o desmanchar de todos os enganos. E fazemos isso sem esforço, com um treino sistemático. "Todo dia é dia de treino" é o nosso slogan.

A base da metafísica apresentada em Um Curso em Milagres, assim como encontramos em outras filosofias e religiões, é que este mundo é uma ilusão, um sonho no qual estamos separados uns dos outros e de Deus. Despertar do sonho (aos poucos) é resgatarmos a memória de sermos um Ser sem limites, sem necessidades – como uma Criação de um Criador igualmente sem limites e pleno. Enquanto essa lembrança vai sendo resgatada, nosso autoamor vai sendo resgatado. Nossa autoestima vai ficando legítima: vamos achando possível sermos dignos de todo o Amor de Deus.

O resgate da lembrança de que somos dignos de sermos amados, nos deixa menos rígidos conosco e consequentemente conseguimos ser mais benignos com as outras pessoas. Em outras palavras, quando estamos em guerra conosco (autocondenação, culpa), entramos em guerra com os outros. Quando estamos em paz conosco, estamos em paz com as outras pessoas.

12 - Estudante: Se eu tomar consciência da minha santidade, aceitando o perdão do Espírito Santo para mim e estendendo-o para tudo e todos, as pessoas e situações que eu mesmo fiz visando a minha punição perderão seu “papel” no meu sonho. Como foi com você? Houve mudanças significativas?

Grupo Mera: Sempre existirá mudanças no mundo das formas enquanto vamos fazendo nossas lições de perdão, pois a base deste mundo é a mudança, a inconstância. As pessoas e as situações podem ou não mudar. Elas não precisam se transformar no que pensamos ser "melhor". O que faz com que as mudanças sejam “significativas” é a nossa interpretação...

É realmente muito difícil entendermos que as mudanças aqui, no mundo das formas, não significam nada e, por isso, as coisas podem aparentemente continuar “na mesma”, no sentido de manter aquilo que nos desagrada. Novamente, essa consciência vem aos poucos.

Em várias passagens no Curso, especialmente no Manual dos Professores, vemos um alerta de Jesus dizendo que nós gostaríamos de ter o Céu sem ter que abrir mão da separação, o que é impossível. Nós queremos, e esse é o nosso grande problema, que o mundo feliz do Espírito Santo aconteça por causa das coisas daqui, e então, teríamos um mundo cor de rosa.

Mas nós vamos alcançá-lo (o mundo feliz do Espírito Santo), na verdade, com as coisas boas e com as coisas ruins acontecendo no mundo das formas. E então vamos perdoar ambas, uma vez que entenderemos que nenhuma delas é real, pois nesse estado mental saberemos que apenas o Amor de Deus é real.

Seria mais útil você não se preocupar com isso agora e ir praticando suas lições diárias de perdão com todas as situações que “te forem dadas para responder" - isso está bem explicado no Capítulo 30 de UCEM – O novo começo.

13 - Estudante: Há algum tempo, escrevi a vocês perguntando sobre relacionamento santo e especial... A culpa por fazer outra pessoa sofrer quando acontece uma separação, o medo de estar sendo injusta, de fazer a escolha errada, tudo isso contribui para que a situação permaneça igual... Em alguns momentos criam-se boas memórias, para depois começar tudo de novo... Sei que isso não é um relacionamento santo, e, como ele não acredita em Deus, duvido que algum dia consiga ter um relacionamento santo com essa pessoa. Mas, pergunto: o relacionamento santo realmente existe? Ou é apenas uma ideia utópica? Eu não conheço absolutamente ninguém que tenha um relacionamento romântico harmônico... Se eu levar adiante o estudo de UCEM, vou conseguir me sentir melhor em relação a tudo isso?

Grupo Mera: Os relacionamentos românticos, particularmente falando, em geral são muito difíceis porque os vemos basicamente da perspectiva do ego, em que as relações existem apenas para se conseguir "algo em troca". Isso é comum à maioria de nós neste mundo, e por isso você diz que não conhece ninguém que tenha um relacionamento harmônico.

Damos o primeiro passo para tornar o relacionamento santo quando compreendemos que toda essa dinâmica de “interesses separados” só pode trazer sofrimento constante. Quando entregamos o relacionamento ao Espírito Santo para que nos ajude, passo a passo, a desfazer todos os conceitos equivocados e expectativas infundadas, tomamos consciência de que essa forma de relacionamento não pode levar a outra coisa além de mais sofrimento.

O conceito de relacionamento santo do Curso, em geral mal compreendido, não quer dizer que vamos viver um relacionamento completamente harmônico, sem que nada nos perturbe. O Curso explica que são exatamente os conflitos que trazem à tona toda dor "enterrada" bem fundo em nossa psique para que possamos, enfim, ser curados.

Mas isso não significa que devamos passar a vida ao lado de uma pessoa com a qual vivemos em disputas. Não é necessário conviver com uma pessoa para curar um relacionamento. A cura está na mente. O que deve ser avaliado a cada momento é: "Posso/quero continuar vivendo dessa forma?"; "Mesmo sabendo que tudo tem um propósito, consigo lidar com isso nesse momento?"; e outros questionamentos desse tipo, que só a própria pessoa tem condições de responder.

Esse processo não será isento de dor, pois nossa crença na culpa e na escassez é muito grande ainda, e quanto mais imersos estamos nos sentimentos dolorosos que envolvem esses medos e dúvidas, menos clareza temos para ver tudo de uma perspectiva mais elevada.

Observarmo-nos é o que Jesus nos pede em seu Curso. Não lutar contra esses sentimentos dolorosos é estar na posição de observador.

Talvez possa ajudá-la a entender um pouco melhor essa dinâmica, a pergunta 3, na página 7 do Manual de Professores: "3. Quais são os níveis de ensino?". Lá ele fala sobre os diferentes níveis de relacionamentos.

Mas, acima de tudo, procure se recolher um pouco em si mesma, e, em cada pensamento e sentimento doloroso, entregar ao Espírito Santo, de forma consistente e contínua.

Essa entrega também pode ser feita a Jesus. Será muito bom você procurar desenvolver um relacionamento com ele, onde você vai se sentindo cada vez mais próxima e livre para conversar, contar seus sentimentos e pedir que ele esteja ao seu lado, segurando sua mão. Como ele próprio diz em um trecho do livro de exercícios:

"Se isso puder ajudar-te, pensa em mim segurando a tua mão e conduzindo-te. E eu te asseguro que essa não será nenhuma fantasia vã" (UCEM-LE-pI.70.9:3-4)

 

14 - Estudante: Como é possível estabelecer algum vínculo com pessoas que não estão na mesma sintonia, através do seu curso em módulos?

Grupo Mera: A ideia central de UCEM é que somos todos “um” – em mente. A consciência dessa unicidade vai trazendo leveza em nossos relacionamentos, mesmo que não a compreendamos perfeitamente porque o estado de nossas mentes é dualista, ou seja, separado.

Na verdade, a melhora nos relacionamentos com o aumento da consciência da unicidade é alcançado aos poucos, passo a passo, evidenciando a necessidade do treino constante e persistente que o Curso propõe.

 

Nosso mundo é um mundo de diferenças. Mas, no raciocínio não dualista (somos todos um), vamos aprendendo que as diferenças são aparentes e só existem no mundo das formas, não na mente, onde somos iguais, a mesma essência. E o “vínculo” não precisa ser necessariamente na convivência; a mente curada pode amar todos – o vínculo é amor.

 

15 - Estudante: Que tipo de atitude é possível adotar com o estudo de UCEM? Realmente o perdão parece bem mais fácil com estranhos ou apenas conhecidos. Com os mais próximos é uma projeção de culpa constante. Em alguns momentos, tenho vontade de desistir. No início dos relacionamentos especiais de amor, quando se está consciente e se observa o ego, fica claro e o movimento absolutamente incrível de como projetamos a nossa culpa no outro e vemos nele as coisas que não aceitamos em nós próprios. De maneira exaustiva, às vezes quase de minuto a minuto, essa percepção aparece. Felizmente, depois das quedas, nos levantamos e tentamos não criar distanciamentos, não nos prendendo às mágoas ou ressentimentos. Acho que é isso que vamos aprendendo um com o outro.

Felizmente também, neste sonho, nada acontece por acaso: meu marido decidiu, em ótima ocasião, começar a estudar o UCEM e está determinado a fazer com que este relacionamento dê certo porque, segundo ele, é uma excelente oportunidade de crescermos juntos.

Às vezes não é nada fácil sermos constantemente confrontados com o nosso auto-ódio. O que fazer para facilitar um pouco o processo?

Grupo Mera: Há a bênção de vocês dois estudarem o Curso juntos, certo? Quando nos juntamos num mesmo interesse, nossas forças ficam imbatíveis.

Pode ser que o processo seja facilitado se vocês deixarem sempre um "bilhete-lembrança" para si mesmos para voltarem a algumas coisas básicas que sempre nos fogem da memória:

1 - Lembrar que essas memórias não estarão sempre claras - e perdoarem-se por isso...

2 - Lembrar de que o outro nunca pode nos machucar, e de que, quando nos sentimos assim, agredidos (ofendidos, magoados, desprezados...) é apenas porque nesse determinado momento estamos identificados com o ego. E se apenas "constatarmos" isso, resgataremos mais facilmente esta memória: “Eu sou como Deus me criou. O Filho de Deus nada pode sofrer. E eu sou Seu Filho” (UCEM-T-31.VIII.5:2-4).

3 - Será sempre interessante quando você ou seu parceiro perceberem que algo incomodou na ação do outro, explicar/contar que, mesmo que esta não tenha sido a intenção dele (a), foi assim que vocês "receberam", "perceberam" o ocorrido, já que cada um tem uma história diferente. (O diálogo pode começar com algo como “eu creio que sua intenção não tenha sido me machucar, mas eu recebi/percebi isso que você falou ou fez como uma agressão – me senti abandonada (o), desprezada (o)...”).

4 – Útil também será lembrar de que quando temos o propósito de abandonar o ego, a nossa própria resistência (armadilhas do próprio ego) também fica presente. Se nos lembrarmos disso, deixaremos as respostas automáticas - reações viciadas - de lado, e escolheremos conscientemente "com quem responder", com o ego ou com o Espírito Santo.

 

16 - Estudante: Tem uma parte difícil do texto, para mim: “Traze essa luz contigo sem medo e bravamente segura-a junto do fundamento do sistema de pensamento do ego. Tens que estar disposto a julgá-lo com perfeita honestidade. Abre a escura pedra angular do terror na qual ele se baseia e traze-a para fora, para a luz. Lá verás que ela se baseava na ausência de significado e que tudo aquilo que te causava medo baseava-se no nada” (T-11.in.3:7-10). Eu precisei ler e reler esse trecho algumas vezes. Abrir a escura pedra angular do terror... Mas, mesmo com essa e outras dificuldades, quero registrar que tenho folheado o Livro (Curso) e, agora que terminei o módulo 1 e depois de alguns meses afastada da leitura, ele me pareceu mais fácil, mais acessível, mais compreensível. Obrigada!

Grupo Mera: Ficamos muito felizes porque o Curso está mais fácil. Jesus diz que isso acontece quando vamos perdendo o medo desse Curso que ele nos deu. Você está certa a respeito da pedra angular do terror do ego. Podemos encarar o nome dessa pedra: culpa. O ego pôs tanto terror em nossa mente sobre nossa traição a Deus, que, enquanto não tomarmos coragem de olhar para isso, através de todas as formas diferentes que fizemos pra representá-la (todos os relacionamentos), não veremos que essa culpa é totalmente infundada, que ela não pode ser real. Esse é o grande trunfo do ego para nos manter “acorrentados” ao sonho: através do medo, do terror, fazer com que nossos olhos continuem afastados daquilo que finalmente iria no libertar. Quando finalmente nos dispomos a olhar para tudo isso, descobrimos que o “monstro embaixo da cama” era apenas ilusão e que agora estamos livres para seguir em frente, em paz, alegria e amor.

 

17 - Estudante: Qual é o papel da metafísica em UCEM? Como é possível fazer vínculo com o sonho?

Grupo Mera: Um Curso em Milagres apresenta uma metafísica própria. Ele usa uma linguagem dualista para nos explicar o não dualismo, ao qual dá o nome de Céu, onde a unicidade é absoluta. No entanto, ele mesmo explica que essas palavras, para nossas mentes que se sentem separadas, ainda são sem significado.

O Curso e outras filosofias afirmam que este mundo é uma ilusão, um sonho no qual nos sentimos separados. Em Um Curso em Milagres encontramos em muitas passagens a afirmação de que estamos sonhando o “sonho de um mundo” e esse sonho não é diferente do sonho quando estamos dormindo.

Segundo Um Curso em Milagres, a melhor maneira de vivermos nesse sonho é fazermos isso com a consciência de que tudo é um sonho porque, então, conseguimos, aos poucos, executar todas as nossas tarefas com muito menos estresse e desgaste. Dessa forma, poderemos ficar em paz enquanto continuamos, aparentemente, vivendo no mundo.

 

18 - Estudante: Iniciei um novo relacionamento há algum tempo. Agora que ele parece estar se aprofundando, as minhas dúvidas de codependência voltaram com grande força. Por um lado, vejo muito bem a projeção, a sala de aula que tudo isto é e, obviamente, o ego está feliz e está me torturando imensamente. Também me sinto muito desconfiada em relação à possibilidade de ele se envolver com outras mulheres porque isso aconteceu com meu ex-marido. Hoje tive um dia péssimo, muito ruim mesmo. Tentei praticar o Curso e “ele” (ego) no caminho me importunando e me pondo para baixo, me dizendo – “você está EXATAMENTE igual”.

Grupo Mera: A “vida” parece sempre nos trazer o melhor para o nosso currículo, para nos ajudar a liberar tudo aquilo que ainda estamos guardando dentro de nós.

Lembre-se, o fato de você se dispor a aproveitar a oportunidade e mergulhar profundamente nessa liberação, independe de você estar nesse relacionamento ou não.

Procure distanciar-se um pouco da situação, olhar mesmo “acima do campo de batalha”, para poder levar para a luz todos os pontos escuros dentro de você (essas memórias) ligados às suas experiências com seu ex-marido e até muito antes disso. Normalmente esses pontos escuros são padrões que carregamos conosco vida após vida, até que sejam totalmente curados.

Lembre-se de que você não é responsável pelo que parece estar acontecendo lá fora, mas sim pelas suas próprias reações a isso. Entretanto isso não quer dizer que você deva agir de uma forma “magnânima”, dizendo a você mesma que “uma pessoa espiritualista”, ou “uma estudante do Curso” não agiria assim ou assado. Seja fiel aos seus sentimentos, e procure discernir a oportunidade que tudo isso está lhe oferecendo agora.

Como sabemos, nenhum de nós tem garantia alguma neste mundo. Este é um mundo mutável, tem inúmeras situações destinadas a nos tirar do centro e a nos deixar ansiosos, deprimidos, agitados, etc., para que não olhemos para a questão central de Quem realmente somos.

Se você seguir em frente com o relacionamento e depois concluir que não quer nada disso, qual será o problema?

Acima de tudo, procure ter discernimento para perceber que tudo é parte da mesma ilusão. Se tivermos dentro de nós questões ligadas a sexo, ou seja o que for, tudo isso vem à tona para que consigamos, aos poucos, generalizar todos os ensinamentos que temos aprendido e praticado, entendendo que qualquer coisa, por mais horrível que pareça, também faz parte da mesma ilusão.

Isso quer dizer que devemos “fazer de conta” que não estamos vendo nada disso? Claro que não! Só você poderá saber o que é aceitável ou é compensador para você mesma, a cada passo.

Todas as dificuldades com os nossos parceiros de jornada pedem como resposta compaixão, a verdadeira empatia. Mas isso não quer dizer, necessariamente, convivência próxima com nossos “professores” que parecem estar fora de nós.

Não há uma “fórmula mágica” para esse discernimento para escolher entre todas as possibilidades. A única “fórmula” à qual podemos sempre insistir é: não olhe para nada disso sozinha nunca! Peça sempre para Jesus ou o Espírito Santo estarem ao seu lado a cada momento.

19 - Estudante: Sempre que eu escrevo para vocês fico tentada a apagar tudo porque acho que nada tem coerência, parece que não escrevo “certo”... Hoje vou deixar como está, nem vou corrigir. Quando o Curso fala da projeção, eu fico muito confusa. Se a mente é minha, eu projeto tudo lá fora, certo? Mas eu não consigo me ver assim... Eu vejo que eu não tenho preconceito com as outras pessoas, só comigo mesma. Eu consigo perdoar os outros, mas exijo muito de mim; não acho que mereço o perdão porque eu podia ter feito melhor... Se eu não projeto, o que é isso?

Grupo Mera: Não apague suas anotações – a aparente desconexão das ideias pode ser muito útil.

Essa sua confusão é a mesma com que todos, em uma ou outra fase nos estudos, se deparam.

O seu corpo não contém a mente. A mente única está sonhando que é muitas e projeta corpos para “concretizar/provar a verdade” da separação, desse sonho. Dessa forma, o seu próprio corpo é uma projeção. É por isso que tanto faz mantermos a condenação em nós mesmos ou em outra pessoa: a culpa é mantida.

A mente projeta a culpa, tanto faz que seja em você mesma ou em qualquer outra pessoa porque, como dito acima, só existe um Filho de Deus sonhando ser muitos.

O que o Curso nos pede é que olhemos para as formas de culpa dentro das nossas mentes. Ele não pede nunca que as consertemos ou que as modifiquemos, mas pede que passemos a ter consciência delas. Elas irão se desmanchando conforme as percebemos como “criações” nossas. Só a partir dessa conscientização é que podemos pedir ajuda ao Espírito Santo pra nos ensinar a ver de outra forma.

Novamente, nosso trabalho é olhar, junto com o Espírito Santo ou Jesus, para as coisas que temos feito com o ego sem nos condenarmos. Isso é bastante difícil e exige treino, mas precisamos olhar bem de frente para o fato de que fomos nós quem as fizemos. O trabalho de desfazer a crença na realidade da culpa é do Espírito Santo. Por isso podemos ficar mais leves “dentro” do que é a nossa parte – entregar e confiar.

20 - Estudante: Estou relendo as aulas dos módulos que já fiz e tenho uma dúvida. Tenho tido esta dúvida sempre que "aquele encardido" interfere no processo de perdão. Aula 4 - Módulo 1 - Texto isolado sobre Medo - Nº 1 Medo. Penúltima questão: Isso traz à lembrança que nossos erros não necessitam de correção, tampouco de punição. O que precisa ser corrigido é o pensamento de culpa. Nossos erros acontecem num mundo que não é real, portanto não há nada que necessite de "pagamento". Minha dúvida: o pensamento de culpa é de autoculpa por estar pensando isso e por mais uma vez me ter identificado com esse ser separado que não existe aos olhos de Deus? Não tenho que me sentir culpada por nada nesse mundo ilusório, uma vez que nada existe a não ser para ser usado para praticar o perdão?

Grupo Mera: O pensamento de culpa que precisa ser corrigido é o pensamento de que atacamos Deus e nos separamos Dele, destruindo a Unicidade do Céu. Esse é o nível de correção ao qual o Curso quer que cheguemos. Não há por que nos sentirmos culpados por nada que parece acontecer neste mundo, porque nada disso é real.

Claro que isso não significa sairmos por aí fazendo todo tipo de loucura, mas entendermos que qualquer erro que tenhamos cometido faz parte da mesma ilusão e, portanto, pode ser usado como uma lição para aprendermos o perdão. Fazer algo contra nós mesmos ou outras pessoas, mesmo sendo dentro do mundo ilusório, só serviria para manter e nutrir a culpa inconsciente.

Também é útil lembrarmos sempre de que cada um faz o melhor que pode, com o nível de consciência que tem no momento, e de que isso necessariamente vale para nós mesmos. No entanto, o Curso não quer dizer que não devamos fazer as correções necessárias no mundo. Essas correções serão feitas na forma, mas com o coração em paz enquanto lembramos de que tudo isso (erro e correção) é parte do sonho, portanto, pode perfeitamente ser perdoado no nível mental.

21 - Estudante: O que tenho feito é: observo os pensamentos sabendo de onde vêm, mesmo que não entenda por que os estou tendo (às vezes sinto que não interessa nada isso, que só interessa saber que eles estão tirando a minha paz), peço ajuda a Jesus e entrego para o Espírito Santo para Ele fazer o que achar que deva ser feito, porque realmente o ego é muito louco e eu não entendo nada quando estou identificada com ele. O que o Curso diz é para olharmos com Jesus para esse pensamento, mas eu nem sempre faço isso. Às vezes só penso em Jesus, peço ajuda porque sinto que sozinha (sei que isso significa “eu mais o ego”) não consigo. O ego me enche sempre a cabeça falando que estou errada, que devo respeitar todo processo, mas, acho que ele quer mesmo é que eu entre lá nos confins dos pensamentos para sofrer mais um pouco. É isso? Ou preciso mesmo analisar cada pensamento e só depois entregar para o Espírito Santo? Neste caso, como corrijo o pensamento de culpa?

Grupo Mera: Não há um processo rígido a ser seguido – rigidez também é armadilha do ego. O que o Curso nos pede é para entregarmos todos os nossos pensamentos equivocados a Jesus ou ao Espírito Santo. Este, Espírito Santo, é a ideia abstrata da Voz por Deus em nós. Jesus, a manifestação da Voz.

No texto Jesus diz que podemos ficar mais próximos dele e que essa proximidade pode nos trazer mais confiança, que vamos senti-lo nos guiando como nosso irmão mais velho. A intimidade conquistada com ele, ou com o termo “Espírito Santo” é de cada um. Cada pessoa se sente mais confortável com um dos símbolos: Jesus ou o Espírito Santo para praticar a entrega. Com o treino, vamos distinguindo cada vez melhor essa Voz e a percepção de quando estamos verdadeiramente entregando a Ele.

22 - Estudante: Tenho sentido medo (Eu não, o ego...) de me "deixar ir". Quando isso acontece, também peço ajuda a Jesus, entrego-lhe a minha pequena disponibilidade para deixá-lo desfazer o medo e resolver TUDO com o Espírito Santo no perdão. É assim?

Grupo Mera: Todos temos medo! Para nós, o Céu e a Verdade são ideias desconhecidas porque não conseguimos nos lembrar de como era antes de cairmos nesse “sono pesado”. Temos medo da dissolução, do nada, da perda da nossa identidade individual, a qual prezamos tanto...

Continue pedindo ajuda a Jesus, ao Espírito Santo, sabendo que a sua pequena disponibilidade para aceitar essa ajuda é tudo o que Eles precisam para fazê-lo entender que seus medos não possuem fundamento, já que todos eles representam o medo que temos de Deus.

 

23 - Estudante: Em uma nota positiva, posso dizer a vocês que já experiencei os dois níveis distintos - o humano e o Divino. Foi como estar vendo um filme e o filme era nossa vida aqui. Muito difícil de explicar, a Paz é infinita. Mas NÃO é fácil .... Aquele texto, "Filho de Deus", que vocês postaram no site, eu imprimi, plastifiquei e levo comigo para todo lugar. O eguito não gosta NADA, NADA MESMO, mas eu o leio sempre, algumas vezes com MUITA resistência, mas, mesmo assim, acho que vale a pena, pelo menos ele fica sabendo que sou persistente (ha, ha, ha...)

Grupo Mera: Sim, essas experiências são difíceis de explicar, mas vão se tornando cada vez mais nítidas e presentes em nossas vidas! Isso já é recompensa suficiente para todos os desafios que enfrentamos. Não é fácil mesmo não, mas é possível. E, mantendo-nos em linha com esses ensinamentos, vamos nos libertando cada vez mais – isso é inevitável. Esta palavra poderosa traz muita serenidade quando conseguimos sentir essa verdade profundamente dentro de nós.

Fico feliz que a mensagem a ajude. Ela é muito poderosa, no sentido de nos lembrar de Quem realmente somos. Lembrando da Verdade, o que poderia “ameaçar-nos”?

 

 

24 - Estudante: Amigos do Grupo Mera, quanto mais avanço no UCEM mais tenho consciência da importância dos módulos de vocês no entendimento do Curso, “especialmente no especialismo”. Aquela parte que vocês tanto enfatizaram desde o início sobre o que vemos nos outros temos em nós, é importantíssima no processo do perdão. E o fato dessa ideia ser introduzida logo cedo, contribui muito para a sua aceitação - no início cai como uma bomba, mas depois fica tudo claríssimo. Eu entendo agora que muitas pessoas que estudam o Curso o intelectualizam demais... Sem julgamento, é o percurso delas... E entendo que, se estou percebendo isso, tenho também isso em mim, não é mesmo? Agora estou um pouco confuso: se o mundo não tem significado, porque ele me transtorna? Penso que é pelo significado que dou a ele. Até aqui, eu entendo. Então, por que a ideia não é: "Eu estou transtornado porque vejo um mundo com o significado que eu lhe dei"? E por que ficaria transtornado quando vejo coisas boas no mundo? Ouvi uma voz falando para mim: tu não entendes nada mesmo! Somente pratica a ideia de hoje sem duvidar! É o que eu vou fazer, enquanto espero por seus comentários.

Grupo Mera: Ficamos felizes e gratos com seus comentários sobre a importância dos módulos. Nossa intenção é sempre contribuir para facilitar um pouco a compreensão dos conceitos de UCEM porque sabemos, por experiência própria, o impacto imenso que tudo isso vai tendo sobre nós conforme avançamos.

Sim, o que vemos nos outros, inevitavelmente vimos em nós primeiro, e a tendência da maioria é intelectualizar o Curso, porque essa é uma manobra muito inteligente do ego para não absorvermos realmente seu conteúdo.

Por mais difícil que possa ser, devemos sempre voltar à introdução do livro de exercícios, onde ele diz “Lembra-te apenas disso: não precisas acreditar nas ideias, não precisas aceitá-las e não precisas nem mesmo acolhê-las bem. A algumas delas podes resistir ativamente. Nada disso importará ou diminuirá a sua eficácia. Mas não te permitas fazer exceções ao aplicar as ideias contidas no livro de exercícios e, quaisquer que sejam as tuas reações às ideias, usa-as. Nada mais do que isso é requerido”.

Confie em Jesus quando diz que com a prática e o correr das lições, tudo vai se encaixando perfeitamente nos devidos lugares.

Uma das coisas mais “insultantes” e “ultrajantes” para o nosso ego é quando Jesus diz “Ainda estás convencido de que a tua compreensão é uma contribuição poderosa para a verdade e faz dela o que ela é.” (T-18.IV.7:5)

Mas não se preocupe com a necessidade de compreender as minúcias dos significados das lições. Aprenda a observar suas resistências, apenas isso.

Minha sugestão é que você anote em algum lugar suas impressões sobre as lições, suas dúvidas e dificuldades, e, claro, também seus insights e vitórias sobre o autoperdão (estar leve) diante dessas observações sobre si mesmo. Isso poderá ser muito útil quando você já estiver olhando para o mundo “de outra forma”.

Ainda, quanto a esta sua indagação “E por que ficaria transtornado quando vejo coisas boas no mundo?” pensemos juntos: se aceitamos as coisas boas do mundo como reais, necessariamente aceitamos que as ruins também o são. Todo o mundo das formas faz parte do sonho – as partes boas e as ruins. Não podemos separá-las, uma só “existe” se a outra também “existir”. É por isso que manter pensamentos positivos não nos trará paz, pelo menos não a paz inabalável que o Curso propõe. Essa paz só pode vir da aceitação (que é conseguida aos poucos, com treino) sobre o mundo real não ser dualístico, e sobre a aceitação de que estamos sendo guiados pelo Professor que Deus nos enviou para que encontremos o caminho de volta ao mundo real e, então, de volta para Casa, em Deus.

 

25 - Estudante: Estava aqui, fazendo o exercício de hoje, e surgiu-me uma dúvida: o que são mesmo pensamentos de ataque? O livro texto diz que são: - Autoataque. Isso eu sei bem o que é. - Ataque de algo externo (vitimização). Será que é quando nos sentimos vítimas porque fomos atacados injustamente (por suposição, claro)? - Ataque a outro. Neste pode incluir-se crítica e julgamento? É que ataque propriamente dito, a outros, eu não sinto que faço... Será que é o ego me iludindo, querendo que eu me faça de boazinha para me aliar de novo a ele? Acho que aquela resposta do Espírito Santo que você me enviou hoje é muito boa para exorcizar essa proposta do ego: “eu sou uma criança de Deus, uma parte inestimável do Seu Reino, que Ele criou como parte de Si mesmo. Nada mais existe e só isso é real”. Vou copiar isso e colocar em todo o lugar que puder.

Grupo Mera: Pensamentos de ataque são todos os pensamentos não benignos ou não amorosos, que são dirigidos aos outros e a nós mesmos – e aí se incluem o mais leve aborrecimento, contrariedade, crítica, julgamento, etc. O ego está sempre nos enganando, querendo que pensemos que nossas críticas e condenações são “opiniões certas”.

Lembrando, para o Curso, pensar ou agir são a mesma coisa. Então, assim que tomamos consciência de que agimos (ou pensamos) condenando alguém, será sábio darmos um passo para trás, pedindo ajuda para o Espírito Santo ou Jesus, entregando os eventos para que Ele os resolva e nos traga a Sua visão sobre tudo. Sem essa ajuda, corremos o risco de condenarmos e punirmos a nós mesmos, o que, para o Curso, será o mesmo movimento: condenar a nós mesmos ou às outras pessoas. Atacar o ego não resultaria em nada além de torná-lo muito real pra nós... Nossa melhor performance “contra” ele é nos juntarmos a Jesus ou Espírito Santo e aprendermos o Seu perdão.

Será uma boa estratégia, sempre, colocar algo importante de se lembrar em vários lugares. A cada vez que nos lembramos de uma ideia coerente, um ponto de memória para essa ideia é formado.

 

26 - Estudante: Preciso explicar minhas dificuldades e pedir ajuda para a execução dos exercícios propostos nas semanas de intervalo no módulo 1. Tenho a tendência a deixar o exercício de lado e depois sinto raiva por isso. Noto minha resistência para interromper o automatismo em que andam meus pensamentos. Quero sempre que as coisas se resolvam rapidamente e me irrito quando isso não acontece. E cobro de mim mesma e das outras pessoas as resoluções rápidas. Reconheço que esse é um grande obstáculo para o meu despertar. Acabei me lembrando mais vezes dos exercícios nessa última semana, mas não por causa da compreensão de que “todo dia é dia de treino”, mas pela lembrança de que estou fazendo um curso que exige a execução de exercícios...

Grupo Mera: Todas essas observações já são um grande passo.  Mas, vamos organizar as ideias para que você aproveite mais ainda esses seus insights:

1- Não existe uma forma perfeita de se executar esses exercícios nem tampouco os do Curso propriamente dito. O primeiro grande ganho com essa prática está em você observar a sua resistência, assim como você fez. O segundo passo será lembrar-se, com gentileza, de que você age conforme aprendeu e, aos poucos, com paciência e benignidade, vai treinar de outra forma. Brigar com sua mente nunca é sábio.

2 - Entenda e aceite que sua mente ainda está no automático e que, a cada observação (percepção disso) você está necessariamente treinando de outra forma, mesmo que aparentemente isso não esteja acontecendo.

Cobrar-nos constantemente por qualquer coisa é mais uma das artimanhas do ego para nos manter aprisionados no mesmo círculo vicioso de pensamentos, impedindo-nos de nos voltarmos para dentro que é onde o verdadeiro trabalho de libertação acontece.

 

27 - Estudante: Tive um sonho incrível esta noite. Começou com cenas em que eu me sentia perseguida e não tinha para onde ir. Depois, mesmo ainda com medo, apareceram pessoas gentis que me levaram em segurança para um lugar desconhecido. Minha interpretação foi que teve o dedo do Espírito Santo ali para me dizer que estou no caminho certo para sair da prisão tão concreta e ferrenha do ego, que é como sempre me senti neste mundo. Creio que tem a ver com os exercícios que estou fazendo nesta semana. Ao acordar senti algo que posso descrever como um “estado momentâneo (porque não dura) de união com tudo e com Deus”. Como você interpreta o meu sonho? Estou ficando louca quando penso que tem o dedo Dele?

Grupo Mera: Não há muito o que "interpretar" em sonhos. O mistério que sempre impusemos a eles não tem muito sentido porque eles são apenas representações do conteúdo inconsciente. Mas podem ser guiados pelo Espírito Santo/Jesus, se não enquanto os estamos sonhando dormindo, pelo menos quando acordamos e pedimos Sua ajuda.  Você sempre poderá "ver", como você disse, que tem o dedo de Jesus/Espírito Santo em tudo... Você não está ficando louca (risos). Quando pedimos que Ele nos guie, Ele não interfere na forma, nas situações, mas reinterpreta todas as coisas para nós.

Lembre-se: nosso estado viciado (automatizado) mental é sempre em relação à escassez, falta, sacrifício, etc., que são os nomes que damos ao medo do abandono de Deus. E é assim, exatamente igual, com do resto da humanidade, mesmo com aqueles que parecem estar em maior abundância (financeira, de saúde ou qualquer outra coisa).

Todos nós, que nos identificamos com o ego (um ser com um corpo mais uma personalidade) trazemos a sensação de escassez e sacrifício, se não em uma área, em outra, mas ninguém escapa do sentido de achar-se limitado frente aos problemas. Limite e impotência têm base na escassez.

O estado "de unicidade" que você descreveu e que dura apenas segundo, também é igual pra todos... No entanto, a consciência desses estados, que são um reflexo da Realidade, é que vai fazendo com que eles fiquem mais e mais frequentes/presentes.

 

28 - Estudante: Tudo é sempre muito urgente pra mim. Sempre fui assim. Sei que incomodo as pessoas, mas eu nasci com pressa e nem meus pais entendem até hoje meu jeito de ser. E, ainda, eu não consigo compreender nem aceitar as pessoas que são mais lentas. Percebo um conflito em mim, a pressa duelando com o anseio pela tranquilidade. Um falatório que se repete é “faça rápido, você não tem tempo, tem mais coisas para fazer, se você acabar tudo poderá dar mais atenção às pessoas”. Enfim, muitas vezes me vanglorio de ser tão rápida e “melhor” que todo mundo... e a vergonha por pensar assim aparece. Estou tentando sentir que tenho direito a me manter calma... Mas sinto que as situações externas vêm com mais força me cobrando respostas...

Grupo Mera: A pressa/urgência está ligada à ideia que a vida é curta e temos que cumprir nosso compromisso assumido com um deus déspota que irá, no julgamento final, nos mandar o castigo merecido.

Essa ideia olhada de frente pode ser muito engraçada e nos dar oportunidades de boas risadas! Mas ainda não dá pra rirmos direito; ela é uma "verdade bem escondida" no nosso inconsciente.

Talvez, o que você possa ir fazendo por agora, quando percebe cada um dos seus pensamentos de urgência, é pensar: "e daí, e se eu não conseguir isso agora? E se nada der certo hoje? E se eu não conseguir terminar de fazer o que me propus? O que de pior pode acontecer”?

Aguarde um pouco e veja se sua mente te dá alguma resposta. Pode ser que você se surpreenda com "o que de pior pode acontecer" e consiga rir na grande maioria das vezes.

Escrever é uma ótima estratégia para acalmar e organizar os pensamentos porque você não consegue escrever na velocidade em que os pensa!

 

29 - Estudante: Comecei bem o dia conseguindo observar os meus pensamentos sobre todos os problemas familiares atuais. Existe uma cobrança da parte deles para mim e de mim para mim mesmo. Neste momento me parece que nunca fui um bom pai, que fiz tudo errado. Mas, estou percebendo que esse movimento é para me manter na posição de vítima. Encontro uma paz ao repetir a frase do meu exercício, mas logo volta o tumulto. Estou determinado a me observar mais, a treinar muito mais. Pedir ao Espírito Santo que me ajude a manter tudo isso em mente para que no final do dia não me sinta decepcionado comigo. Você tem alguma dica de como proceder para manter essas ideias quando a pessoa está trabalhando ou em outras atividades? Sinto que preciso me esforçar mais.

Grupo Mera: Comece (atente-se, o verbo é começar) a perceber o quanto tudo vira uma obsessão para você. Um alerta: isso não é uma crítica, é uma observação para que você comece a ver a origem de todos os problemas.

Quando o Curso nos pede pra sermos "observadores de nós mesmos, de nossas mentes", assim como pedimos nos exercícios que você tem feito conosco, não é pra virar uma obsessão. Será mais útil que, ao invés de você ficar preocupado em fazer suas tarefas perfeitamente, você se perdoar quando se esquecer delas.

Jesus não pede que modifiquemos nossas vidas. Pelo contrário, ele pede pra que as levemos normalmente, interagindo com as outras pessoas e com as situações. Então, comece a ver esses impulsos de levar tudo "ao pé da letra" e a ver que eles são apenas mais uma forma de torturar a si mesmo.

Vou apontar mais algumas coisas para que possamos dar continuidade ao “raciocínio” a que nos propusemos.

Observar seus sentimentos e pensamentos não é tentar se livrar deles. No outro e-mail você repetiu várias vezes que não sabe como não ficar com raiva em determinadas situações. Eu não disse pra você não ficar com raiva ou tentar substituí-la por qualquer outra coisa. O que conversamos foi que todos nós temos raiva porque esse é um sentimento que faz parte da natureza humana. Essa tentativa de não sentir ou substituir algo que “não é bom” de se sentir faz um tumulto maior nos pensamentos.

Importante: é impossível estar atento a todos os seus pensamentos. Uma hora dessas, você vai entender que isso realmente não é necessário.

Nossa tarefa é não esconder esses sentimentos de nós mesmos e do Espírito Santo. Eles serão naturalmente abandonados e substituídos enquanto vamos concluindo que eles são, na verdade, sem sentido. A substituição é feita pelo Espírito Santo, sempre.

Não existe uma "dica" para quando estamos trabalhando e queremos manter as ideias, o treino. Quando pedimos ajuda, somos ajudados sempre. O que mais acontece é que não “reconhecemos” a ajuda porque nós, normalmente, determinamos como ela deveria ser... Daí, não a reconhecemos.

Quanto à urgência em resolver seus problemas com seus familiares, pense comigo. Se você estiver calmo, sem tantos pensamentos de culpa sobre a necessidade de ajudar, pode tentar achar uma resposta sobre como ajudar. Para cada problema que aparece com o recado "precisa ser resolvido agora", você pode pensar: o que de pior pode acontecer se não for resolvido neste momento? E comece a se lembrar de que eles estão aí desde longa data.

Sobre nossa “evolução”, com Um Curso em Milagres nossa maneira de pensar necessariamente muda para "nós já somos os filhos perfeitos de Deus apenas esquecidos disso". Com o Curso vamos tirando todas as nuvens que encobrem essa verdade em nossas mentes

 

30 - Estudante: Eu sei que estamos no começo de nossos estudos, mas, preciso confessar que estou bastante confusa. Já estudei tanta coisa, mas o que tem me vindo à mente é que estou perdida, posso dizer que parece que realmente não sei quem sou... Não estou nada confortável. Isso acontece com outros alunos também?

Grupo Mera: quando começamos verdadeiramente a olhar para dentro, as “primeiras camadas” parecem mesmo escuras, cheias de coisas estranhas e tenebrosas... Isso está de acordo com algumas crenças reinantes no mundo do ego: nós traímos Deus e estamos separados Dele e, portanto, somos criaturas horríveis. Não devemos olhar para dentro porque nos defrontaremos com o traidor.

Acreditando nisso, caímos no conto do vigário que sustenta a ameaça contada pelo ego.

Esse medo, na verdade, é um sinal de que estamos começando a questionar o sistema de pensamento do ego, e uma reação em contrário é natural e esperada, pois o ego vê esse questionamento como uma ameaça à sua própria existência. Embora o ego seja apenas uma parte de nossa própria mente, nós o sentimos como algo à parte e em oposição a nós, com o “poder” de nos ameaçar ou de nos tirar do equilíbrio.

No entanto, somos filhos do Amor, e as criações de Deus são como Ele mesmo. É exatamente disso que o ego não quer que nos lembremos. Essa lembrança precisa vir aos poucos. Ela é o nosso despertar. Não se assuste, então, com esse momento. Com certeza tudo isso passa mais rápido quando respeitamos o medo (desconforto) a cada passo e lembramos da base da metafísica de Um Curso em Milagres: nada que seja diferente de Deus e Sua Vontade é real.


 

31 - Estudante: Às vezes tenho umas crises que aparecem “do nada”. Alguns profissionais diagnosticaram como sendo pânico (porque fico sem vontade de falar com as pessoas, sem querer fazer absolutamente nada). Nesta última fiquei fechada com os meus conflitos e muito medo. De vez em quando isso dura dias. Agora estou morando em Paris e mesmo nesse apartamento minúsculo fiquei entre quarto e cozinha quatro dias. Foi horrível! Pedi desesperadamente por um “milagre” e comecei a rezar... Nem sei como aconteceu, mas eu melhorei e até consegui ir a uma igrejinha que tem ao lado deste apartamento que estou morando... Eu só queria entender... O que é isso que me acontece de vez em quando sem motivo algum? Eu começo sentindo alguma coisa estranha e de repente tudo começa a dar errado: encontro pessoas hostis, esqueço meu telefone em algum lugar numa cidade que nem conheço direito ainda... O que acontece comigo?

Grupo Mera: Muitas pessoas ultimamente têm passado coisas parecidas com o que você descreveu. Embora dentro das crises isso pareça intransponível ou incurável, de maneira alguma você deveria suspeitar do seu poder de abandonar esses medos e quaisquer surtos.

Segundo Um Curso em Milagres, o processo de “abandono” desses transtornos começa com o entendimento do processo. Ele diz que isso acontece porque estamos desconectados do nosso verdadeiro "Ser" – que ele chama de Filho de Deus.

Quando nos lembramos, por menor que seja o tempo que dure a lembrança, de que somos sim filhos Dele, uma experiência de união, força e proteção rapidamente faz com que retomemos a serenidade. Isso não precisa exatamente passar pela consciência, como foi com você quando se lembrou de rezar e ir à igrejinha; você não teve uma "análise consciente" sobre o processo, mas sentiu e aceitou o que você chamou de milagre. O Curso também chama a isso de milagre - mas explica que foi apenas a correção do seu pensamento.

Quando você diz que essas crises "vieram do nada", eu posso garantir a você que isso não foi assim. Comece a reparar, a lembrar de pequenos pensamentos de julgamento e condenação que você teve (sempre teve porque todos nós temos) especialmente nos dias anteriores, em relação às outras pessoas e, principalmente, em relação a si mesma. Eles ficam disfarçados, mas podem ser mais ou menos assim: acho que não consigo, não dou conta, não fiz isso direito, será que estou certa? Etc.

Esses pensamentos (muitos deles não percebemos porque não temos treino de estar atentos) fazem com que nos sintamos cada vez mais frágeis porque nos sentimos separados de Deus, das outras pessoas e da nossa Essência, nossa verdadeira Identidade. Sem perceber vamos nos sentindo mais frágeis e sem proteção, parecendo que muitas coisas podem acontecer conosco. Lembrando novamente, isso acontece com todos, então, de repente, sentimos umas coisas estranhas, e sempre atribuímos a energias “externas” (alimento, doença, espíritos, ambiente, pessoas ruins, etc.) e nos sentimos mais frágeis e vulneráveis ainda.

Essa dinâmica se repete e repete outras vezes, e ficamos presos num círculo vicioso sem perceber. É assim que funcionam nossas mentes aqui no mundo. Mas, como as pessoas raramente conversam umas com as outras, muitas vezes por medo de serem julgadas como loucas, ou por vergonha de se expor, etc., ninguém fica sabendo que todos, em algum nível, sentem a mesma coisa.

Analisando sob o prisma do Curso, então, a primeira coisa a fazer é começar a estar atenta aos seus próprios pensamentos. Estar atenta não significa tentar mudá-los, trocá-los por pensamentos positivos. Não é nada disso. É só estar atenta e perceber que seus pensamentos de condenação a alguém e os de autocondenação estão soltos, “fazendo o que querem”. Quando você olha para eles e não luta contra eles, eles vão perdendo a força... Mas, isso só vai valer se você experimentar. E experimentar várias vezes – isso é treino.

Esse é o princípio do treinamento proposto pelo Curso: observação. Quando você começa a fazer isso, fica ciente de que nada lá fora está lhe fazendo qualquer coisa - são os seus próprios pensamentos que fazem tudo: suas percepções boas ou ruins. Embora esse assunto necessite de mais embasamento teórico, você pode começar com a seguinte análise: uma mesma situação ou pessoa pode parecer ruim para alguém e para outro alguém, pode parecer boa. O valor (status de boa ou ruim) de cada coisa ou situação ou pessoa é diferente para cada um de nós. Sendo assim, olhar "de frente" para as coisas que nos machucam pode revelar o valor (sempre ilusório porque pode mudar de pessoa para pessoa) daquela coisa. E, então, você começa a retomar o seu poder tirando o poder das coisas “lá fora”.

Creio que você entendeu que são várias coisas acontecendo concomitantemente somente a partir da sua atenção aos seus pensamentos, que são o princípio de todo nosso mundo de percepção, de formas.

 

32 - Estudante: Eu não sou exatamente um estudante do Curso porque não tenho o livro, mas li o livro de vocês e, pensando na vida e na humanidade cheguei a uma conclusão: Deus nos criou assim, desse jeito, por natureza volúveis, de vez em quando com raiva, de vez em quando tristes, às vezes alegres... Um pouco de cada "ingrediente" em cada um nós, então... Se quisesse um ser humano perfeito, totalmente aptos, seguros, serenos, bem... Ele teria simplesmente feito assim.

Grupo Mera: Se você já leu nosso livro – Um guia para o perdão -, penso que posso pedir para lembrarmo-nos juntos: Deus nos criou perfeitos na Realidade, mas Ele não nos “criou assim”, como corpos, vivendo em um mundo de dualidade, a dicotomia entre o “bom” e o “ruim”, o “bem” e o “mal”. A perfeição não pode ser associada aos “seres humanos”. Os seres humanos (todo o mundo das formas, da matéria) são mesmo cheios de altos e baixos, ora bons ora ruins, ora alegres ora tristes...

E então, quando nos perdoamos por estarmos sempre nessa gangorra, vamos lembrando a nós mesmos de que a “obra de Deus” está mesmo acima (ou à parte) de todos os opostos.

Por isso mesmo não precisamos nos preocupar em buscar a perfeição, mas, como nos ensina Um Curso em Milagres, vamos buscar retirar as crenças que encobrem a Verdade em nossas mentes: a crença em que podemos ser algo diferente Daquilo que Deus criou.

Sabendo que Ele é o único Criador, e que Suas obras são como Ele, podemos relaxar e ir trilhando nosso caminho de volta para Casa (em Deus), serenamente, sabendo que já somos “perfeitos” na Realidade.

 

33 - Estudante: Eu não consigo olhar para as pessoas, para meu marido por exemplo, com os olhos do Espírito Santo, sem defeitos... Acho que nunca conseguirei isso...

Grupo Mera: Isto precisa ficar claro: o Curso não nos pede para vermos as pessoas sem nenhum “defeito”, mas pede para que olhemos para nossas mentes e observemos porque determinados defeitos nos incomodam. Esses incômodos podem ser a chave para liberdade. Eles podem nos mostrar onde estão nossas necessidades especiais, às quais “a outra pessoa tem de” nos satisfazer.

Isso não quer dizer que estaremos condescendentes com alguns comportamentos ou buscando não olhar para as coisas que os outros fazem e não concordamos. Mas quer dizer que vamos nos lembrar de que elas as fazem porque acham que está certo e porque aprenderam assim. Ao mesmo tempo, vamos lembrando que a maneira como interpretamos os comportamentos é a nossa maneira de ver, a nossa percepção.

Assim, novamente, lembramos que “as coisas me incomodam porque eu as vejo dessa forma”. Olhar para o incômodo em nós mesmos é a retomada do nosso poder e o começo da solução do conflito.

Um exercício útil pode ser observar-se com a irritação em relação ao comportamento de uma pessoa. Mas, sem nenhuma tentativa de “correção” da visão, da opinião ou julgamento que temos. Pedir ajuda do Espírito Santo para ver a pessoa, seu comportamento ou a situação de outra forma, é a nossa função.

No entanto, é importante que nos lembremos de pararmos nesse ponto (pedir ajuda para ver de outra maneira) porque senão ficaremos envolvidos pela necessidade de acharmos os "pontos positivos" das pessoas e das situações. E não é esse o nosso papel. O Espírito Santo tem a visão de Deus sobre tudo e todos. Ele nos vê além do nosso comportamento. Tem a visão total, à parte da ilusão de todas as aparências. Nosso papel é entregarmos a Ele todo nosso julgamento.

 

34 - Estudante: Professora, eu andei refletindo e escrevi algumas coisas que eu penso que não “fogem” do que o Curso ensina, você pode verificar se estou certo, no caminho certo? Por que perdoar o que nunca aconteceu? A luz está em mim. Eu sou a luz do mundo que traz paz através do meu perdão. O perdão que libera o passado que nunca existiu é fundamental para que eu veja a eternidade do presente, substituindo em minha mente as imagens repetidas elaboradas a partir das crenças adquiridas. Por isso o perdão é tão importante, para quebrar a ponte aérea do ego (passado – futuro), liberando a todos, trazendo paz às mentes aparentemente separadas e possibilitando a visão do mundo real, como se fosse o recomeço de tudo.

Grupo Mera: Você está bastante “afiado” na metafísica do Curso. Seu texto está perfeito! Entretanto, todos nós precisamos estar alertas ao “pedido/bronca” de Jesus em seu Curso: a metafísica serve pra nos orientar para um caminho reto, ou, em outras palavras, para a decisão da escolha certa: ter o Espírito Santo como guia. Mas nossa atenção e dedicação devem ser com o nosso dia a dia, com as situações que se apresentam, porque são as nossas lições específicas de perdão. Então, embora “saibamos” (uma ideia que aceitamos na teoria) que o passado não existe, nossa experiência é que somos um ser inserido no tempo, portanto, devemos começar nossa prática a partir de onde pensamos estar.

Muitos estudantes do Curso acabam caindo na armadilha comum do ego e dizem “ah, isso nunca aconteceu mesmo, então deixe para lá”. Tudo o que o ego quer é que deixemos de olhar para as nossas mágoas (portanto, culpas) e que nos mantenhamos bem longe da lembrança de que temos mentes. Jesus, bem ao contrário, nos diz “hei meu irmão, olhe bem de frente para essa sua dor. Depois de encará-la, junto comigo você verá que ela realmente não é real”.

Enquanto quaisquer mágoas nos parecerem reais, negá-las realmente não fará com que desapareçam. Na verdade, a negação só faz com que fiquem ocultas, latentes, escondidas nos cantos mais escuros de nossa mente. E tudo o que fica escondido acaba por fazer uma pressão cada vez maior para vir à tona, gerando todo tipo de pensamentos e sentimentos confusos, como agressividade, depressão, etc. Seria como tentarmos manter uma bola embaixo da água; vai chegar um momento em que não teremos mais forças para manter a pressão, e então, tudo virá à tona com uma violência e velocidade espantosas, causando um estrago ainda maior em nossa percepção de nós mesmos e nos nossos relacionamentos.

O Curso é um aprendizado com práticas. São as experiências que tornam concreto o conhecimento através de uma memória “fabricada” conscientemente e passo a passo. Este trecho de UCEM exemplifica tudo isso:

“Tens que olhar para as tuas ilusões e não mantê-las escondidas, porque elas não se baseiam em um fundamento próprio. Estando ocultas, parecem fazê-lo e assim aparentam manter-se por si mesmas. Essa é a ilusão fundamental sobre a qual repousam as outras. Pois, abaixo delas e permanecendo oculta enquanto elas estão escondidas, está a mente amorosa que pensou tê-las feito na raiva. E a dor nessa mente é tão evidente quando é descoberta, que a sua necessidade de cura não pode ser negada. Nenhum, entre todos os truques e jogos que tu lhe ofereces, é capaz de curá-la, pois lá está a real crucificação do Filho de Deus” (UCEM-T-13.III.6).

 

35 - Estudante: Minha mãe fez um curso com você e me disse que eu poderia pedir uma ajuda porque ela não conseguiu achar as palavras. Eu fiz uma coisa muito errada e envergonhei toda a minha família. Na verdade, não me acho mais digno de ser um membro dessa família, nem mesmo filho dessa mulher maravilhosa. Não consigo mais dormir e estou muito atormentado.

Grupo Mera: Entendo perfeitamente e conheço bastante a guerra mental em que está. Como sua mãe deve ter dito a você, tudo o que posso falar vem dos ensinamentos de Um Curso em Milagres, livro de treinamento da mente com o qual trabalho. Esse livro mostra e distingue duas coisas que devem estar passando pela sua cabeça nesse momento.

Uma delas é o arrependimento. Para o Curso, é útil termos arrependimento de algo que fizemos ou deixamos de fazer porque o arrependimento nos faz repensar e lembrar que podemos fazer de outra forma numa próxima vez. No processo de pensar sobre o arrependimento “cabe” lembrarmos que todo mundo erra.

A outra coisa é a culpa. Segundo Um Curso em Milagres, ela não serve para nada a não ser nos manter presos a uma situação ou pessoa sem, na verdade, ajudar nem um nem outro – nem a nós, nem as outras pessoas, nem a situação. Para tentarmos entender isso, partimos do último pensamento do arrependimento: todos erram. Neste mundo não pode haver alguém que não erre. Se isso é coerente para você, quando essa “voz” na sua cabeça começar a falar (essa voz que existe na cabeça de todos e que no Curso é chamada de ego), pare tudo, organize seus pensamentos e ideias. Para isso, você pode usar a estratégia de “escrever” porque nós não conseguimos escrever na velocidade em que pensamos e isso faz necessariamente com que o fluxo de pensamentos diminua. Rezar também pode ajudar, se você gostar, claro. Respire fundo e, mais calmo, escolha perdoar a você mesmo e a todos os envolvidos, diretamente ou não, nessa situação – porque todos nós estamos tentando acertar, mesmo quando erramos.

Nesse momento bastante difícil que você está passando, tente (esse é o treino que tento ensinar aos meus alunos) ser mais benigno consigo mesmo... Isso vai ajudar a diminuir o volume dessa voz acusadora na sua mente e pode ajudá-lo a encontrar soluções mais criativas e serenas pra tudo isso. Você pode ter certeza de que isso tudo pode ter um final bastante diferente desse terror que muitas vezes imaginamos ser sem volta ou sem solução.

Quando cometemos algum erro, principalmente quando é algo considerado grave, temos a tendência a pensar que todo o nosso valor como ser humano se foi, e assim, nos concentrarmos apenas nesse erro. O erro aconteceu; isso é fato. Mas nosso valor intrínseco continua intacto, nos mostrando que somos sempre dignos de Amor. Não somos o erro em si – somos algo muito maior do que isso. E, quando realmente nos arrependemos, podemos usar todas as situações desafiadoras em nossas vidas para nos tornarmos pessoas melhores, mais maduras e conscientes.

 

36 - Estudante: Professora, eu estou com um problema com um colega de trabalho. Na verdade, é antigo, mas agora está agravado. Eu gostaria de saber a sua opinião sobre o e-mail que escrevi e preciso me decidir se mando ou não a ele. Esse colega fala de todo mundo e agride a todos, principalmente a mim, se direcionando aos “pontos fracos”. Como passou dos limites na semana passada, fiquei transtornado e me vi com muita raiva. O texto que escrevi a ele está em anexo. Gentileza ler o e-mail e me dar sua opinião. Grato.

Grupo Mera: Você está sendo super polido e educado no seu e-mail, está tudo certo. Mas, o mais importante de tudo isso é você se questionar e "organizar os seus pensamentos" sobre o que você quer que resulte disso.

Lembrando: o seu colega também vive aqui nesse mundo sob a culpa inconsciente e auto-ódio inconsciente, correto? Ele odeia a si mesmo e projeta isso à sua volta - neste momento, em você. Só que ele não tem a mínima ideia do que estamos falando, portanto, você necessariamente tem de pensar pelos dois. O que eu quero dizer é que ele pode entender o seu e-mail da maneira como ele "consegue", não da maneira como você espera.

Suponhamos que ele distorça tudo que você tentou falar. Você está pronto para isso?

Enquanto você vai pensando sobre essas questões, eu sugiro que você escreva um outro e-mail agora. Escreva tudo da maneira como você gostaria de falar de verdade, talvez  xingando e expondo toda sua raiva, indignação e decepção. Guarde os dois e-mails. Daqui a três dias, não antes, releia-os. Primeiro esse mais "verdadeiro" e depois o polido.

Não mande nada a ele antes de ter certeza de que se ele distorcer tudo e ainda fizer mais estardalhaço com essa história sem pé nem cabeça, você ainda ficará em paz, consciente de que o que ele está fazendo, na verdade, eu, você, ele e o resto da humanidade também faz - não no mesmo formato, mas exatamente no mesmo conteúdo.

Quando você estiver em paz independentemente de qualquer resultado, mande o que quiser a ele, está bem?

Eu sei o quanto isso é difícil para você e isso não é diferente para ninguém. Mas, como estudante do Curso, nosso caminho nunca mudará: é para dentro. Por isso, não se esqueça de pedir ajuda ao Espírito Santo ou Jesus nesse processo. Só não se esqueça de que você não sabe qual seria o melhor acontecimento nesse assunto nem em qualquer outro. Peça sempre a Eles para mostrarem as suas lições de perdão e para que lhe ajudem nelas - o perdão é realizado pelo Espírito Santo - sempre.

 

37 - Estudante: Acho que há uma confusão aqui. O Curso nos diz que o mundo é uma ilusão e depois diz que nos guia para a salvação. Para que a salvação se o mundo é só uma ilusão?

Grupo Mera: É verdade mesmo que a leitura dessas passagens parece uma enorme contradição. Mas, precisamos estar atentos ao recado insistente de Jesus. Ele nos pergunta em várias passagens algo assim: “eu estou afirmando que este mundo é uma ilusão, um sonho que está acontecendo na mente do Filho de Deus, mas responda sinceramente: você realmente acredita nisso?”

Se formos sinceros, e nem precisamos de profundos exames mentais, veremos que não acreditamos que este mundo não seja real. Basta ver como ficamos nervosos com problemas ou com alguma dor.

Por esse motivo, o Curso fala conosco em dois níveis: no nível da Verdade absoluta e no nível da dualidade – que é o único que nossa mente aparentemente dividida consegue entender.

Então, a “salvação” é o nome que Jesus deu para falar sobre o resgate da consciência de que a separação não pode ser real. Como nossas mentes estão absolutamente distorcidas e longe dessa verdade, ele propõe um programa de teoria e prática para revertermos a distorção e nos lembrarmos de que só a unidade do Amor é real.

 

38 - Estudante: Depois dessa última aula que falamos sobre perdoar, tem acontecido de algumas lembranças “saltarem” à minha memória – coisas que eu nem sabia que ainda estavam lá... Fiquei com vontade de conversar com algumas pessoas que me magoaram e outras que eu magoei. Às primeiras eu diria que não se preocupassem porque nada daquilo tem qualquer importância agora. E às segundas eu pediria sinceramente perdão explicando que realmente lamento o que fiz. Isso tem vindo como “necessidade” – é assim mesmo?

Grupo Mera: É bastante comum, quando começamos a nos conscientizar de nossa escolha pelo perdão verdadeiro, que memórias antigas voltem. Eu penso que podemos agradecer a essa volta porque é mesmo uma grande oportunidade de olhar para nossa culpa. Lembre-se de que se nós não tivéssemos culpa, não estaríamos mais perdidos nesse sonho.

Esse é o movimento que o Curso nos propõe: trazer à tona as formas inconscientes que representam o conteúdo dessa culpa para que possamos, no nível da forma, perdoar e desmanchar essa ilusão que nos prende ao mundo do sacrifício e da dor.

A vontade de falar com as pessoas sobre o perdão também é comum. Não há nada de errado em fazer isso. Porém, lembre-se de que você não precisa “executar a ação” fisicamente porque é na mente que tudo acontece. A comunicação humana é algo sempre muito falho, porque todos nós enxergamos através dos “filtros” das nossas percepções. Muitas vezes, o que para uma pessoa é perfeitamente claro, para outra pessoa, soa de maneira completamente diversa.

Ainda, todo esse processo pode ser feito também com as pessoas às quais estamos impossibilitados de nos comunicarmos, às vezes porque perdemos o contato ou porque já não estão entre nós. Assim que começamos essas práticas, desmanchando essas lembranças, a nossa percepção (entendimento) e a das outras pessoas (todos somos um) mudam. Podem ocorrer circunstâncias reveladoras e diferentes ligando-nos aos envolvidos naquelas situações, mas, isso realmente não é necessário.

Peça ao Espírito Santo para mostrar a você a paz de ter a visão junto Dele. Quando vamos entregando com persistência e determinação cada uma dessas memórias dolorosas a Ele, a paz vai ficando cada vez mais ampla e profunda dentro de nós. Reveja os passos do perdão lembrando que, no final das contas, ele é o abandono das memórias que o ego tenta a todo custo manter “presentes”.

 

39 - Estudante: Eu já li o seu livro “Um guia para o perdão”, mas, na verdade, eu não entendi direito como perdoar. Você pode me explicar melhor?

Grupo Mera: Essa dúvida é a de todos, mesmo quando estão já entrosados nos conceitos do Curso. Acreditamos que o que acontece é que nós pensamos que haja passos determinados e diferenciados para se atingir um determinado fim; talvez pensemos em algo ritualístico para cada situação. Mas o Curso ensina que, como o conteúdo é sempre o mesmo, podemos seguir um roteiro único. Vamos começar pelo fim porque o objetivo, ou a meta, é que vai determinar esse passo a passo.

Nosso objetivo não é apagar as memórias do que aconteceu porque isso não é possível e nem é necessário. Nossa meta é tirar a “carga emocional” dessas lembranças, o que quer dizer tirar a “realidade” dessas emoções que nos afetam e machucam, fazendo um trabalho que envolve etapas. O perdão é um processo.

Já discutimos bastante essas etapas ao longo de nosso livro, então, o que precisa ficar mais claro para você, talvez seja que, a cada vez que olhamos (analisamos, revemos as situações e pedimos ajuda ao Espírito Santo) para uma pessoa ou situação que necessita ser perdoada, mesmo que isso tenha que se repetir inúmeras vezes, criamos um “ponto de memória” diferente para ela. Quando nossa percepção deixa, mesmo que apenas por um instante, essas dores de lado e nós compreendemos que este mundo não passa de uma sala de aula na qual estamos aprendendo nossas lições de perdão, a pessoa ou a situação vai adquirindo um novo “status”, vai deixando de ser um algoz. Assim, nós também vamos adquirindo um novo status – deixamos de ser vítimas indefesas e sem nenhum poder e passamos a ser os criadores das nossas próprias lições.

Essa dinâmica em geral tem que ser repetida muitas vezes para um acontecimento traumático, mas uma hora teremos tantos pontos de memória sem a carga da emoção e de entrega real ao Amor de Deus para que sejam perdoados, que chegaremos a sentir que essa pessoa ou situação não passa de uma memória antiga, sem importância alguma no sentido de nos causar dor. Ao contrário, por mais difícil que possa nos parecer a princípio, um dia sentiremos gratidão a todos que nos ajudaram a aprender nossas lições de perdão.

 

 

40 - Estudante: Você me disse “Não adianta investir em nada neste mundo de ilusão”. Sendo assim, para que investir no entendimento e compreensão deste Curso? Ou será que o Curso é uma exceção a essa verdade?

Grupo Mera: O Curso ensina exatamente isso, que o investimento em qualquer coisa aqui é um investimento no nada, já que tudo é uma ilusão, inclusive ele próprio que nos dá o caminho para esse entendimento. No entanto, Jesus explica que, justamente porque nós não acreditamos que o mundo não seja real, para que essa compreensão aconteça, nós temos que começar exatamente onde nós pensamos estar: neste mundo, com uma existência individual e separada "real". Por esse motivo, ele fala conosco também em uma linguagem dualista, pois, caso contrário, não conseguiríamos compreender seus conceitos de forma alguma.

UCEM é apenas um instrumento extremamente útil para nos conduzir pelo caminho que nos levará a lembrarmos da nossa Realidade como o Filho de Deus. Como qualquer instrumento, será útil enquanto ainda precisarmos dele. Não há nada de inerentemente “sagrado” ou especial no Curso em si, apenas na Fonte de onde ele se originou.

É essencial que analisemos as ideias apresentadas no Curso percebendo sua coerência. Essa “análise” é, numa grande parte do tempo, experienciada mais que racionalizada. Mas sem esse olhar analítico podemos achar que já aceitamos ou entendemos tudo e então, sem perceber, seremos convidados sutil e incessantemente pelo ego a desconfiar desse ensinamento porque o ego sempre exige provas, embora ele mesmo jamais tenha apresentado qualquer uma.

Uma das grandes armadilhas do ego é exatamente nos levar a pensar que já avançamos nesse caminho muito mais do que efetivamente fizemos porque assim, passaremos a pensar que já entendemos e sabemos tudo, então, a possibilidade de realmente nos abrirmos para essas mudanças fica automaticamente suspensa.

 

 

41 - Estudante: Uma pessoa muito próxima a mim, também estudante do Curso está numa crise muito grande, mas, como as dúvidas dela são as minhas também, não estou conseguindo ajudar. Espero que você possa nos dar uma luz neste momento porque ela está mesmo muito abalada. Ela está com problemas com as pessoas com as quais mora e seu filhinho está doente. A dúvida (pensamentos de medo) é: Se ela tem criado tantas situações dolorosas e ainda não confia totalmente em Jesus/Espírito Santo, e consequentemente não consegue praticar o Curso, isso tudo pode trazer ainda mais dissabores, especialmente com seu filhinho. Assim como eu já conversei com você em outra ocasião sobre mim e meus filhos, ela está atribuindo com os ensinamentos do Curso, a culpa do que acontece com o filho e com as outras pessoas com as quais convive, a ela mesma, à sua mente que projeta. Eu sinto que isso tem uma razão, mas também que não tem, conforme o que conversamos um dia sobre a "culpa ser de todos". Será que você pode me ajudar a ajudá-la?

Grupo Mera: Eu penso que será mais didático pensarmos organizando em passos o que está bastante confuso para vocês:

1 - O mundo inteiro é uma projeção de um ÚNICO pensamento de culpa. As milhares de formas que as historinhas individuais tomam têm o mesmo conteúdo.

2 - O "filme já foi filmado", ou seja, a diminuta e louca ideia já acabou - nós escolhemos as nossas historinhas de culpa e as revivemos. Mas elas já acabaram - no sentido da Realidade (o que não é Amor, não pode ter sido criado por Deus, portanto, é ilusório). Mas nós, a parte da mente que decide reviver essas projeções (filmes) de culpa, as estamos assistindo em câmera lenta e não temos consciência disso - por isso elas parecem estar acontecendo agora e, então, parece que nós não temos "controle ou responsabilidade" sobre nada: o filme está nos filmando e não nós a ele, quando na verdade, só pode ser o contrário - nós é que estamos sonhando um filme. E precisamos apenas nos lembrar disso para resgatar o poder para despertar.

3 - Quando nos culpamos pelos acontecimentos e lutamos firmemente para mudar as coisas aqui no mundo, o que estamos fazendo (do ponto de vista Real) é tentar mudar o que estamos vendo NA TELA onde está sendo projetado o filme. Obviamente o Curso não diz que não devemos fazer as coisas aqui e resolver os problemas. Mas diz que deveríamos pensar sobre isso e ir desmanchando as loucuras que o ego inventou e nós acreditamos. Mas, só podemos fazer isso junto do Espírito Santo.

4 - Junto do Espírito Santo - NÃO quer dizer confiar plenamente! Jesus sabe que nós não confiamos nele ainda. Ele não fica bravo e nem se ofende com isso. Ele sabe que ele representa uma ameaça grande pra nós que acreditamos ser um ego. Fizemos de Deus (Amor) um inimigo e ele representa a presença do Amor em nós. Inconscientemente pensamos que o Amor vai nos matar porque nós o traímos.

5 - Olhar para tudo isso aos poucos e nas situações menos difíceis (treinar sistematicamente - TODO DIA É DIA DE TREINO) vai construindo um suporte (alicerce) sólido para quando o ego vier em revanche (sempre que vamos nos aprofundando na teoria ele resiste com muita força  - são as fantasias de medo). E creio que este seja o caso de vocês nesse momento. Entenda, esse alicerce profundo nos faz recobrar a razão mais rápido.

6 - As pessoas que nos rodeiam (TODAS - inclusive os filhos) são "projeções" nossas no papel que elas representam para nós - algozes ou vítimas. Mas são tão poderosas quanto nós e "vítimas" de suas próprias criações, também como nós. Nossa responsabilidade é, sempre junto do Espírito Santo, mesmo que estejamos com pouca disponibilidade de confiança, ir mudando para a Sua visão deles, consequentemente para a Sua visão de nós mesmos ("quem sou eu").

7 - Nesse processo, manter em algum momento (cantinho da mente) a lembrança de que nada disso é real, que os sonhos de horror e de prazer não podem mudar a Realidade do que Deus criou e também, a humildade de lembrar que nós "nós não sabemos nada", que "não sabemos para que servem as coisas e os acontecimentos" e "não sabemos o significado de nada que aparentemente nos acontece", tudo isso será imprescindível para que possamos pedir  A PAZ DE DEUS em vez das modificações ou resoluções das situações, posto que elas são apenas as projeções, cuja causa (projetor) está na mente.

8 - Tente fazer essa prática e ensine sua amiga: Uma vez ao dia sente-se e aquiete sua mente por uns 2 minutos com a seguinte ideia "eu peço a Paz de Deus agora. Por este instante libero a minha necessidade de resolver esta situação". E tente se acalmar. Essa pequena prática pode ter resultados muito positivos para o seu estado mental mais calmo e isso vai ajudá-la a ouvir com mais confiança a Voz por Deus em você.

 

42 - Estudante: Eu estive pensando sobre os dois textos que você nos enviou e registrei algumas coisas. Gostaria que você revisasse para mim as minhas observações. Entendi que quando penso em perdoar o outro necessariamente parto do princípio que ele errou, ainda que ele estivesse pensando ter feito certo. Mas na verdade, o erro foi eu ter dado realidade ao acontecimento. Algumas coisas ainda são muito reais para mim. Porém, de maneira geral, eu entendendo esse processo e, revendo essas ideias, tenho me sentido muito mais leve com as pessoas. No caso do autoperdão, em algumas situações é difícil até admitir o erro, ou, compreender o que ocorreu de verdade. Por muito tempo eu desenvolvi uma espécie de síndrome do perfeccionismo. Eu tinha que fazer tudo perfeito para poder ser amada e aceita. Quando compreendi que minhas preocupações com perfeição não estavam relacionadas a nenhum tipo de sentimento de amor, mas a uma espécie de necessidade de admiração, fiquei muito decepcionada comigo mesma porque escondi durante muito tempo o verdadeiro motivo desse investimento. Ainda estou me perdoando por isso, mas está me parecendo mais difícil que perdoar quem me machucou.

Grupo Mera: Você está certa, nosso “erro” é sempre dar realidade aos acontecimentos. Mas esse é o último estágio, ou, o ponto final. Antes temos que olhar de frente, para os acontecimentos como nós os percebemos. Depois entendemos que construímos juntos com as outras pessoas todos os eventos e olhamos para nossas “dores reais” para então nos lembrarmos de que nada que não tenha sido criado por Deus pode ser verdadeiro.

O autoperdão é mais difícil porque não conseguimos nos perdoar por “termos traído nosso Criador” (a historinha contada pelo ego que nós acreditamos).

Sua síndrome de perfeccionismo, que não é exclusividade sua, foi sim um pedido de amor porque querer ser admirada também é um pedido de amor. Nós todos nos sentimos afastados do amor e essa fantasia toma diversas formas. Você não precisa se decepcionar quando encontra as verdadeiras intenções das suas ações, elas são apenas mais manobrazinhas do ego para nos manter culpados, em última instância. Fique, ao contrário, feliz por tê-las encontrado agora. Perdoe-se por isso também lembrando que o perdão não pode ser executado por você, mas pela sua permissão para que o Espírito Santo tome a frente.

 

43 - Estudante: Eu penso que as fases para perdoar são: reconhecer o que se sente, desapegar-se desse sentimento e substituí-lo por amor.  Para cada situação, a dificuldade é única. Nesse processo, muitas vezes vejo como é difícil aceitar o que sinto, às vezes é muito difícil me livrar do sentimento.  Passei muito tempo pensando não ter o direito de sentir algumas coisas. Depois de tanto tempo trabalhando para assumir o que sentia, foi ainda difícil em muitas ocasiões deixar partir a raiva.  Entendi que isso só irá acontecer com um trabalho diário, tentando me lembrar de que todos nós erramos e de que não são nossos acertos que convocam o amor no outro. Percebi que os erros até podem trazer o amor de uma outra pessoa, mas eu acho que isso seria compaixão. Ainda tenho dificuldades em me perdoar, mas já sinto o caminho mais aberto.

 

Grupo Mera: Podemos pensar sim nesses passos básicos para o perdão. No entanto, esteja atenta: somente o primeiro "reconhecer o que se sente" é um trabalho "nosso", enquanto tomadores de decisão. As outras duas fases/passos não são nossas responsabilidades, ou competências, melhor dizendo. Não podemos fazer isso sozinhos porque nós fizemos o mundo e acreditamos na realidade da nossa obra, portanto, precisamos de Alguém de fora desse contexto para nos ajudar. É o Espírito Santo, que executa esses passos por nós, se assim permitirmos. Só Ele pode pensar e ver as coisas junto com Deus. Lembre-se: o tomador de decisões não faz e não pensa nada sozinho, sempre com o ego ou com o Espírito Santo. Quando pensamos que "temos de" nos desapegarmos ou substituirmos sentimentos e ações, estamos junto do ego e perdidos na sua característica principal: arrogância. Por isso você pode relaxar e se responsabilizar apenas por estar disponível para o "primeiro passo" do perdão. Deixe o trabalho dos outros passos para Quem pode fazê-lo. Esse processo vai ficando cada vez mais fácil e claro conforme nos aprofundamos no treino com o Curso. A dificuldade com o autoperdão é sua, minha e de toda humanidade. Mas sentir o caminho mais aberto já é um grande avanço, tenha certeza!

 

44 - Estudante: No meu exercício de hoje a frase é a seguinte: "Eu não me vejo com limitações nesse momento". Não consigo aceitá-la, por isso nem a estou repetindo porque profissionalmente tenho me sentido limitado há vários anos. Como você me ensinou, eu a vejo como uma situação externa mas que me aflige internamente. Há tempos busco modificar “externamente”, mas em regra me deparo com limitações circunstanciais e pessoais.O que fazer?

Grupo Mera: Você está no começo do nosso treino, estamos no início do Módulo 1. Essa frase, especificamente, é uma tentativa de trazê-lo para este momento. Se você, por uma fração de segundos (mesmo enquanto lê esta resposta), se lembra de que só este momento existe, já "criou um ponto de memória" que lhe faz lembrar de que esses sentimentos de limitação só existem porque nós nos identificamos com o ego, nos esquecemos Quem somos e filhos de Quem somos.

Às vezes isso parece utópico, sabemos, e nos traz certa raiva porque queremos as soluções agora para os problemas que percebemos.

Isso é, de novo, uma manipulação "vulgar" do ego para que nos mantenhamos distantes da origem de todos os problemas - A MENTE QUE SE SENTE SEPARADA.

Tente se parabenizar por uma minúscula vitória, por alguns segundinhos de paz e alegria que podem acontecer a qualquer momento: quando você para tudo o que precisa fazer e brinca com sua filhinha, quando assiste a um filme, quando namora sua esposa. Tente se lembrar de que você pode estar centrado em qualquer coisa boa e isso será uma vitória imensa, mesmo que aparentemente você ainda não sinta assim.

O Dr. Antônio Damázio, neuropsiquiatra português, diz em seu livro “O erro de Descarte”, que não existe nada mais salutar para uma mente que dar férias a um problema. Se a ciência, mesmo com limites, já concluiu dessa forma com pesquisas, você pode imaginar que seu treino, que junta entrega e gratidão ao Espírito Santo ou Jesus, será o equivalente a duas férias!

Divirta-se um pouco, o quanto puder. Experimente deixar a seriedade de lado, nem que seja por um pequeno período de tempo. Lembre-se de que, mesmo que você ainda não consiga acreditar nisso, existe sempre outro modo de ver e perceber as coisas, os eventos. Se não fosse assim, todos nós sofreríamos pelas mesmas coisas e veríamos tudo da mesma maneira. Só isso já valeria para você desconfiar do que seu ego está lhe falando a respeito do seus "limites reais", não?

 

45 - Estudante: Queria agradecer muito por todo apoio que tenho recebido do Grupo há quase dois anos. E também dizer que o livro do Nesbit (Cure-se através da Paz) é realmente sensacional, no sentido de nos ajudar a rever muitas coisas. Ele fala de uma forma muito prática e apropriada! Bem, eu percebo que ainda preciso de “confirmações externas”, por isso estou recorrendo a você novamente. Sinto que, com minha prática e a constatação de que tenho lidado com os meus problemas cada vez mais com a aceitação da ajuda do Espírito Santo, meu ego, desesperado por isso, aumenta a intensidade deles a ponto de me fazer esquecer de que não existe nada lá fora, de que tudo isso é um filme ao qual estou assistindo. Então, entro em desespero com os meus problemas e tento ansiosamente resolvê-los. Isso envolveu buscar soluções para os problemas de membros da minha família. Então fui convidada a participar de uma forma diferente de terapia, que fala de ancestrais e perdão e amor. Eu me entusiasmei com a ideia, no entanto, ao mesmo tempo, surgiu um medo de estar “traindo o Curso”. Estou sentido uma dúvida angustiante pela minha falta de fidelidade ao querer as mágicas, parecendo que não confio no Curso. Gostaria muito de saber sua opinião sincera sobre isso.

Grupo Mera: Vamos partir de um dos princípios básicos do Curso que distingue a mágica do milagre. A mágica é todo recurso para consertar ou manter as coisas aqui no mundo. O milagre é a correção do pensamento para deixarmos de perceber as coisas com o ego e passarmos para a percepção do Espírito Santo.

A mágica é a tentativa de corrigir uma falha ou de sanar alguma necessidade. O Espírito Santo não conserta as coisas aqui porque Ele apenas nos lembra de que não existe falta alguma no Filho de Deus. Entretanto, Ele sabe que, enquanto os percebermos separadamente, teremos muitas necessidades e, então, Ele respeita essa circunstância e nos guia em relação a aceitarmos todas as mágicas.

Você já pensou se alguém resolvesse não tomar anestesia para um procedimento cirúrgico ou mesmo não fazer uma cirurgia necessária, ou ainda resolvesse não tomar mais água nem comer?

As mágicas parecem necessárias por causa das nossas carências aparentes aqui. E enquanto nos virmos como um indivíduo separado, sentiremos, em algum nível, alguma carência.

Você só "trairia" o Curso se tentasse deturpar o que ele ensina (pôr palavras na boca do Jesus) e, ainda assim, estaria tudo certo. Não há pecado nisso também. Jesus e o Espírito Santo sabem que nosso estado de confusão é muito profundo, assim como nosso terror constante, por mais que tentemos disfarçar tudo isso, encenando um papel de pessoas "maduras" e "bem resolvidas".

Nós realmente precisamos de muitas mágicas ainda. O dinheiro, que você mencionou num outro dia, é um exemplo. Entenda isso, por favor: tudo o que for útil para o bem-estar está certo! Embora todas as coisas sejam boas e más apenas por causa do significado que damos a elas, estar bem e em paz nos deixa mais próximos do estado de oferecermos a “pequena disponibilidade” de permitirmos que o Espírito Santo nos ajude e oriente em nosso caminho.

Nós vamos, aos poucos, abandonando as carências enquanto nos "livramos" das necessidades lembrando-nos de que nada aqui pode ser real. E, quando consideramos tudo como mágica, o perdão é uma “mágica” muito útil - não? Ele sana a necessidade de correção da percepção, porém, é a solução que leva à “não necessidade”, por isso, é a “última mágica necessária”. Ele também é irreal, pois na Verdade, não há nada a ser perdoado, mas é o meio mais eficaz e direto para nos ajudar a entender isso.

Aproveite todas as mágicas que possam lhe trazer paz e bem-estar para poder ficar livre (com menos preocupações) e poder treinar ouvir o Espírito Santo!

Aceitar as mágicas com consciência disso não as torna reais e, ainda, deixamos o ego mais quieto nessas “satisfações” que ele tanto grita serem imprescindíveis. Como diz Gary Renard em seu livro, "O Amor não esqueceu ninguém" (traduzido e publicado em português pelo Grupo Mera): "Não há nada errado em jogar um osso para o ego de vez em quando" - desde que saibamos que aquilo também não é real.

 

46 - Estudante: Fiquei um tanto chocado com que o Curso diz: “Não é necessário buscar o que é verdadeiro, mas é necessário buscar o que é falso”. Depois, pensando melhor, achei que está certo (pretensão?). Se eu busco o que é falso, evito o medo e o ataque. É como se cortássemos o mal pela raiz.  Daí, eu entendo melhor a frase: “Eu nunca estou transtornado pela razão que imagino”. É isso mesmo? Estou certo?

Grupo Mera: Quando busca o que é falso, você “enxerga” que é falso porque até então acreditava que era verdadeiro. Então, consegue ver a verdade que está abaixo dessa inverdade.

Nós temos medo daquilo que não sabemos o que é. Imaginamos monstros e perigos e nos mantemos na defensiva dessas fantasias (ce quer dizer: defensiva em relação a essas fantasias?). O medo aumenta ou se mantém. Como diz Um Curso em Milagres:

"Pequena criança, a luz está aqui. Tu estás apenas sonhando e os ídolos são brinquedos com os quais sonhas que estás brincando. Quem tem necessidade de brinquedos a não ser as crianças? Elas fingem que governam o mundo e dão aos seus brinquedos o poder de se locomoverem, de falarem e de pensarem, de serem e de falarem por elas. Entretanto, tudo aquilo que os seus brinquedos aparentemente fazem está nas mentes das crianças que com eles brincam. Mas elas a¬seiam por esquecer que elas próprias inventaram o sonho no qual os seus brinquedos são reais, e não reconhecem que os desejos que eles têm são os seus próprios" (UCEM-T-29.IX.4:3-8).

Identificando os objetos de medo que foram “inventados” por nós, portanto são falsos, não são reais, “cortamos o medo pela raiz”!  Não há por que ter medo do que não existe: "Há uma época em que a infância deveria passar e acabar para sempre. Não busques reter os brinquedos de crianças. Põe todos de lado, pois já não necessitas deles" (UCEM-T-29.6:1-3).

Nosso único transtorno é acreditar que “conseguimos” trair Deus. Disso decorre a culpa que origina o medo de ser punido. Por isso Jesus insiste em todo seu Curso que olhemos para nossos pensamentos de medo (culpa).

 

47 - Estudante: Existem muitas coisas no Curso que são “entendíveis”, mas muito difíceis de colocar em prática. Uma delas eu retrato da seguinte maneira: - Eu não perdoo realmente um “você”, mas em vez disso, perdoo a projeção do meu autoconceito de culpa que eu coloquei em você. Reconhecer a culpa já é bastante difícil, aceitar que eu a projetei em alguém, nada confortável! Ainda acho mais gostoso procurar conseguir provar que eu estou certa e o outro errado.

Grupo Mera: Isso é complicado para todos nós, estudantes do Curso. Nós fizemos o mundo todo, todas as pessoas, com o propósito (inconsciente) de nos livrar da culpa. Portanto, assumir a autoria é, num primeiro momento enquanto o ego está gritando que isso é muito perigoso, bastante difícil mesmo. Ele, o ego, precisa nos manter culpados pela própria sobrevivência. Ele tenta nos enganar, propositalmente, dizendo que podemos provar que o outro estava errado e nós certos para tentarmos projetar a culpa inconsciente “para alguém”. Entretanto, pensando estritamente a partir do que o Curso ensina, de que outro alguém estamos falando? Em última instância, não há ninguém lá fora. Mas é claro que nós não pensamos/entendemos assim ainda. Mas também é claro que enquanto vamos analisando calma e racionalmente, já que já aceitamos a coerência da ideia de que a separação é apenas um sonho, vamos aos poucos aceitando, sem conflito, que o mundo das formas é a projeção da mente que quer se “safar” da culpa.

Porém, no final, com treino consistente que envolve parada para reflexões e verificação da coerência desse ensino, necessariamente nos depararemos com a verdade: não podemos ser culpados porque nada disso é real. Tudo aqui é uma invenção, uma “brincadeira de mau gosto” do ego, ou da mente que se sente separada. Dessa forma, mesmo com dificuldades, a garantia do final feliz é a nossa motivação para continuar treinando.

 

48 - Estudante: Gostei muito do conceito de “dar a outra face”, que diz que Cristo não Se machuca, quem se machuca é a criança frágil, indefesa, a vítima da situação. Analisando tudo o que foi dito em aula, tenho conseguido enxergar que é um pedido de amor daqueles que me atacam e tenho conseguido não reagir tão prontamente. Mas ainda gostaria de “enxergar melhor” que a raiva e os conflitos nos meus relacionamentos é uma decisão de me manter culpada, pois entendo que isso faz sentido.

Grupo Mera: A criança que se machuca é o ego, não se esqueça, é a nossa identificação com ele.

É mesmo o primeiro passo para o entendimento dessa questão você perceber que a ideia faz sentido. Ideias não deixam sua fonte, diz o Curso. A projeção da culpa inconsciente, que gera a raiva, só pode nos manter culpados porque ela não sai da mente que a projetou. Ao escolhermos manter a raiva e justificá-la, pensando que realmente não temos responsabilidade sobre o objeto (pessoa/situação) que estamos sentindo isso, deixamos nosso poder de decidir perdoar de lado. Quando nos sentimos justificados nos sentimentos de raiva ou ódio, necessariamente ficamos presos ao vitimismo, ou, à decisão de nos mantermos culpados, já que apenas o ser separado (frágil e sem mente) pode ser atingido de alguma forma. Um ser separado é culpado.

No entanto, lembre-se de não cair no conto do ego e permita-se sentir a raiva. Apenas observe a si mesma no sentido de não justificá-la: as situações (tudo neste mundo) foram feitas por nós. Nós mesmos e todos os envolvidos nelas estamos no mesmo barco: com medo, pedindo amor. Todavia, todas elas podem ser usadas para aprendermos nossas lições de perdão quando escolhemos nos unir ao Espírito Santo. Ainda, e finalmente, vamos lembrar que essas situações não são reais, nunca aconteceram realmente. Pensando nisso muitas e muitas vezes, todos os dias, vamos desmanchando o pensamento viciado com as mesmices do ego. E, como a experiência de leveza e alegria que se seguem a esse treino são “viciantes” também, vamos confiando cada vez mais no Espírito Santo.

 

49 - Estudante: No handout da última aula está escrito: “Nós não podemos ser atingidos por nada que nosso irmão possa ter feito”. Entenda, isso, para mim, reforça o conceito de separação porque, se penso que tenho um irmão “lá fora”, estou separando o mundo exterior, que então pode me afetar. Se eu penso que sou um com o outro, nada pode me abalar. Eu entendo que essa frase procede da crença na separação.

Grupo Mera: “Nós não podemos ser atingidos por nada que nosso irmão possa ter feito” está falando que aquilo que é real não pode ser atingido. Nosso Ser real, o Cristo, não pode se modificar com nada. Enquanto egos e corpos, alguma coisa aconteceu e parece realmente ter nos atingido. Enquanto Cristo, nada pode nos abalar. Esta é uma ideia que nos lembra que somos UM em mente, embora não acreditemos nela ainda, pois nossa experiência é de sermos pessoas separadas e diferentes uns dos outros.

A nossa dificuldade com esse ensino é a mesma para todos. Nós sempre partimos da premissa de que o que se aplica a Cristo necessariamente se aplica ao ser individual (cada pessoa) porque essa é a nossa identificação. A ideia da unicidade, que desmancharia essa crença, só pode ser aceita aos poucos, enquanto vamos desconfiando da “verdade” de uma identidade separada.

O caminho para a aceitação do fato de que nós somos uma mente única e de que este mundo é uma ilusão, que não poderia ser verdadeiro, é trilhado unicamente pela prática do perdão.

Perdoar, para Um Curso em Milagres, é a correção do pensamento (crença) de que somos frágeis porque somos separados e diferentes dos nossos irmãos, para a lembrança de que somos um (uma mente sonhando que é muitos seres).

Você não está “errado” no seu ponto de vista de que não há outra pessoa e então, o que não existe não pode nos machucar. No entanto, esse é o pensamento final. Enquanto nós estamos identificados com um ser individual, nossa prática de lembrança dessas ideias vai fazendo o treino para resgatar a memória de que somos todos um Filho de Deus.

 

50 - Estudante: Preciso contar sobre as minhas muitas dificuldades em praticar os exercícios propostos por você. É pedido um minuto e se possível fechar os olhos enquanto tenho que repetir a frase. Não consigo ficar de olhos fechados porque quero marcar o tempo. E a tendência em esquecer a frase é constante. Fico irritada comigo por não ter escrito em um papel e levar comigo o lembrete para olhar de vez em quando, mas se faço isso, também não me sinto à vontade para ler o papel, pois interrompe minhas atividades. Consigo ver minha resistência para sair do automatismo. Sempre quero que as coisas se resolvam rapidamente e me cobro quando isso não acontece. Reconheço que este é um grande obstáculo para o meu despertar.

Grupo Mera: Estou feliz porque você conseguiu ter todas essas observações. Mas vale a pena organizar melhor essas ideias para que você aproveite mais ainda esses seus insights. Entenda, não existem formas perfeitas de se executar esses exercícios, nem os do Curso propriamente dito. A perfeição está em você observar a sua resistência, e isso você já está fazendo. Depois de observar-se, tente se lembrar com gentileza de que você aprendeu assim. Aos poucos, (Todo dia é dia de treino) com mais benignidade ainda, você vai treinando de outra forma.

Brigar com sua mente equivocada (ego) nunca é sábio. Comece por entender que seus pensamentos e atitudes ainda estão no automático de um aprendizado antigo e que, a cada observação dessas, ou a percepção dessa automatização, você está necessariamente treinando de outra forma. Mesmo que aparentemente isso não esteja claro, o treino diário vai provar que isso é assim.

Será bastante útil se você conseguir também, perceber a resistência, que todos temos, em sermos gentis conosco. Essa dificuldade está relacionada à culpa inconsciente por termos acreditado no que o ego disse sobre sermos os traidores de Deus. Isso vai ficando cada vez mais claro com o tempo com a prática. Mas, atenção, eu disse “perceba” e não “lute contra”. Observe-se e lembre-se de entregar suas observações à parte da sua própria mente que pensa junto com Deus, o Espírito Santo.

 

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