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DÚVIDAS E DICAS – GRUPO MERA

 

 

Esta seção é composta de dúvidas de nossos alunos enviadas a nós através dos anos, desde 2003, o início do funcionamento do Grupo Mera, e nossas respostas.

 

O intuito dessa nova seção é ajudar outros estudantes de Um Curso em Milagres com dúvidas parecidas para que possam caminhar de forma cada vez mais suave, pacífica e confiante de volta para Casa.

 

Paz e Luz!


Grupo Mera

 

PARA LER A DICA, CLIQUE NA DÚVIDA.

 

 

Clique aqui para ver as dúvidas de 1 a 50

 

 

51 - Estudante: Gostaria que você me esclarecesse sobre a visão do UCEM a respeito do suicídio e dos suicidas. Pelo que ele ensina, as pessoas têm o “direito” de tirar suas próprias vidas?

Grupo Mera: O que chamamos de vida, assim como o mundo todo, o UCEM chama de sonho de separação. Como ele explica que a separação é impossível, esse sonho, como os sonhos que temos quando estamos dormindo, não é real, é ilusão. Para Deus, que não considera nada na ilusão como verdade, todos somos inocentes, independentemente da aparência que as coisas ou as situações tenham.

No Curso aprendemos que o "direito", o "pecado" e mesmo as qualidades "boas" ou "ruins" das situações e das pessoas, são todos baseados na crença de quem os está percebendo ou, julgando. Dentro do mundo da ilusão, que é o estado mental de se estar “fora” do Céu, separado de Deus, as percepções são baseadas nas crenças e nos propósitos de quem as percebe. Sendo assim, pensamentos ou ações suicidas podem ter o propósito ou a intenção de livrar alguém de sofrimentos que ele percebe como sendo reais e insuportáveis. Assim, ele tem direito a fazer isso. Ou, alguém pode ter uma opinião diferente e pensar que a pessoa que se suicida não tem o direito de destruir a vida dada por Deus. No entanto, se olhamos "acima do campo de batalha" (UCEM), o que quer dizer, se olhamos pelo prisma dos ensinamentos do Curso, podemos concluir que nunca, ninguém poderia destruir nada do que Deus criou.

Nós não vamos, nem precisamos negar que alguma coisa no nível egoico, ou seja, no mundo, tenha acontecido, usando esse exemplo, alguém tirou sua própria vida, mas, na Realidade, no mundo que Deus criou, nada aconteceu porque o que Ele cria, não pode sofrer danos ou morrer.

Tudo no mundo das formas nasce, se transforma e morre. Mas o Curso ensina que Deus é Amor, e o amor não pode se modificar nem morrer. O Amor é a única realidade, segundo Um Curso em Milagres.

Embora muito poucos de nós realmente acreditem nisso, é sempre útil verificar, em quietude, se essas ideias soam coerentes para nós. Em seguida, como nos orienta Jesus em seu Curso, pedimos ajuda ao Espírito Santo para que o conflito na aceitação dessas ideias se desmanche.

 

52 - Estudante: Quando estou com medo do “predador” tento me lembrar de que tudo é ilusão, tudo foi criado por mim, e sendo assim, de que posso descriar e pedir pela Paz. Mas ainda não funciona muito bem. Às vezes passo a noite acordada pensando em todos os meus problemas insolucionáveis e às vezes, o próprio pensamento de que fui eu quem criou tudo me deixa pior.

Grupo Mera: Nessa hora em que as coisas parecem não ter controle, seria mais sábio você não ficar tentando achar soluções ou escapar do “predador” – seja qual forma ele tome. E se você tentar aceitar o terror? Você poderia pensar nessa hora, “ah, está mesmo tudo perdido, então, posso esperar o pior. O que é o pior?” Aguarde. Normalmente sua mente já tem uma resposta. Aceitar o medo no sentido literal pode ajudá-la a perceber que ele é somente uma suposição. A lição 5 no livro de exercícios diz “Eu nunca estou transtornado pela razão que imagino”. Como tudo no Curso, ela deve ser analisada e entendida em dois níveis. No que diz respeito ao nível do mundo que nós fizemos, a razão do nosso sofrimento nunca é sobre o acontecimento “em si”, mas pelo que pensamos que possa decorrer dele – uma punição. No caso desse terror que o ego faz com os seus medos, eles só se tornam “reais” porque você tenta lutar contra eles. Mas não se cobre fazer de forma diferente. Treine suavemente. Aceite que está com esses medos.

Mas, antes de outra crise, ou mesmo depois de qualquer outro acontecimento parecido, peça ajuda para “ver da maneira como o Espírito Santo vê”. Ele vai lhe contar que sua percepção equivocada é apenas o reflexo, a projeção daquela crença em que a separação realmente aconteceu e você é uma pecadora, portanto, merecedora dessa tragédia acontecer (castigo). Lembre-se de que o desfazer do que não é real só pode estar na mudança de percepção. Isso, traduzindo em miúdos, quer dizer escolher a interpretação do Espírito Santo para todas as situações de medo, ou seja, abandonar as interpretações do ego. Não se esqueça, apenas, que tudo isso é um processo e, quanto menos você se cobrar ter um resultado, mais facilmente você o alcança. Seja gentil consigo mesma.

 

53 - Estudante: Quero dividir com você uma situação que me confunde para que possa me ajudar a ver e pensar de outra forma e para eu saber como posso fazer diferente. Há muito tempo queria montar meu consultório para atender os pacientes particulares porque os convênios pagam muito pouco. Consegui neste ano e tenho muito mais liberdade agora, consigo atender melhor meus pacientes, com mais calma. Por mais incrível que possa parecer, tenho sido muito procurada por pacientes particulares. Mas, na verdade, eles não têm permanecido na terapia. A impressão (“minha percepção”) é que eles não se sentem bem comigo, ou apoiados verdadeiramente por mim. Vejo que alguns profissionais conseguiram sucesso de uma forma bem mais rápida. Eu não tenho insegurança técnica, mas acredito que eu esteja me boicotando em relação ao sucesso financeiro. Isso tem a ver com não me sentir merecedora porque “traí Deus”?

Grupo Mera: Os encontros não são ao acaso, como tudo e qualquer acontecimento. Nesse caso específico você pode pensar na possibilidade de seus pacientes, pelo menos uma parte deles, terem recebido o apoio e a força que precisavam com apenas poucos encontros. Se isso fosse totalmente inverdade, muitos outros não procurariam sua ajuda, certo?

Todos nós temos papéis (historinhas) diferentes aqui e a real "evolução" é irmos descobrindo o que está nos impedindo de estarmos em paz e sentir e aceitar o Amor de Deus. Essas sensações de fraqueza que o ego sugere a toda hora podem, como tudo, servir de instrumentos de aprendizagem do Espírito Santo. Tente parar, quando der, e perceber essa comparação que você faz com os outros profissionais que “conseguiram sucesso de uma forma bem mais rápida.”, e ver quais são os recadinhos de mesmices do seu ego. O ego sempre estará de prontidão para as sugestões de pouco valor, diferenças e inadequações.

Quando nós pensamos em “como posso fazer diferente”, novamente caímos na questão de que as mudanças são sempre internas, no pensamento. Esse conceito não é facilmente aceito ou assimilado, no sentido de ser posto em prática, por nenhum de nós. Isso vem com o tempo, o treino e principalmente, com a experiência gratificante desse treino – o que é, então, a motivação para continuarmos a treinar.

Todas as questões, ou seja, os problemas que nos são apresentados, caem nessa questão que você apontou no final: “Isso tem a ver com não me sentir merecedora porque ‘traí Deus’?”. Essa será a conclusão final, mas não no raciocínio, e sim no insight, na experiência. Ela vem numa compreensão que vem da consciência da insanidade de que realmente nos sentimos traidores de Alguém que nunca poderia ser traído. Mas é uma crença muito profunda e quase totalmente inconsciente. O treino proposto em Um Curso em Milagres traz esse conteúdo inconsciente para a consciência para que seja perdoado e, portanto, liberado, pois só o perdão libera.

“Escolha o Reino de Deus e tudo o mais lhe será dado” é uma afirmação do Curso que aceitamos em teoria, mas a prática ainda é difícil porque quando pensamos em escolher o Reino de Deus, o que se segue é o pensamento de que teremos de abrir mão deste mundo, ou, mais dentro do conteúdo que estamos falando agora, do sucesso profissional, do dinheiro e dos prazeres que temos no mundo.

Porém, Jesus diz também algo assim: “O Espírito Santo não irá lhe tirar o pouco que você tem”. Em outras palavras, Ele não tirará o que conquistamos no nosso sonho de separação, mas vai nos mostrando aos poucos que elas não são nada.

Tente, então, tirar alguns minutinhos dos seus dias para lembrar-se de que o que você realmente quer é entregar-se a Deus. A confiança Nele vai aumentando aos poucos e, se o mundo exterior é o reflexo do interior, o que você vai ver projetado “na tela do mundo” será sua própria confiança em aceitar e perdoar o que for simbólico do medo e aceitar e agradecer o que for simbólico da abundância do Céu.

 

54 - Estudante: Quando a dor interna e a agonia, já muito minha conhecida, se fazem presentes, eu tenho me recolhido ao silêncio para escutar a Voz do Espírito Santo e preencher o vazio existencial, como você ensinou, mesmo que seja por uma fração de minuto. Isso às vezes funciona, mas às vezes não. Quando não consigo me entregar a essas tentativas de escuta, fico duplamente angustiado. Você pode me dizer o que estou fazendo de errado? Na verdade, tenho estado mais ansioso porque penso que o ego está na “espreita”, e vai me atacar e se vingar pelas vezes em que consigo escutar o Espírito Santo.

Grupo Mera: O medo do ego é citado algumas vezes no Curso. Enquanto Jesus nos alerta: “(...) estás ameaçando todo o sistema defensivo do ego de modo por demais grave para que ele se incomode em fingir que é teu amigo.” (LT-21.IV.3:3), ele também nos ensina que, na verdade, é o ego que tem medo de nós. E sobre como abandonarmos esse medo do nada que o ego é, o mecanismo é igual para todos os medos: a consciência de que estamos com um medo específico e a aceitação disso sem resistência; a organização do pensamento sobre que nossa cultura e educação nos levaram a concretizar essa crença que algo ou alguém, nesse caso “o ego”, pode nos atingir e prejudicar de alguma maneira; trazer à consciência que esse medo é representativo do medo que sentimos de Deus por acreditarmos que O traímos; pedir ajuda do Espírito Santo para a lembrança de que isso é apenas uma crença. Esse processo deve ser repetido quantas vezes forem necessárias, e não necessariamente em seguida umas das outras, elas podem ter intervalos longos até – toda sequência desse processo deveria ser repetido quando qualquer medo específico volta à mente.

Você deve entender que o que “está fazendo de errado” é entrar numa expectativa de “ter que ouvir” imediatamente e da maneira que você pensa que Ele vai responder. Muitas vezes as Suas Respostas não aparecem imediatamente ou das formas que já conhecemos ou esperamos. Fique alerta para os recados do ego de que você não consegue ouvi-Lo. Fique alerta também para ser mais benigno consigo mesmo, não pensando que está fazendo tudo errado. Liberte-se dessas cobranças lembrando que você é um aluno, um aprendiz. Talvez valesse a pena você se distrair com os divertimentos que o mundo oferece. Faça isso sem medo. Escolha as pequenas coisas ou atividades que lhe dão prazer e alegria e se entregue a elas lembrando que, mesmo sendo ilusões, são “reflexos” da alegria de Deus.

 

55 - Estudante: Eu entendi que deixando de culpar outra pessoa, ou seja, reconhecendo minha projeção, eu me disponho a retirar o investimento que fiz na escuridão; as ilusões se vão, e posso abrir o caminho para a luz da verdade, atingindo a Paz de Deus, substituindo por ela o conflito que a mente até ali acreditava ser a verdade. Também já entendi que não vai adiantar tirar a culpa do outro e colocá-la em mim, pois se assim o fizer, estarei repetindo o mesmo erro. No entanto, enquanto ego, ainda não muito satisfeita, vou aos poucos compreendendo que minha ligação com Jesus/Espírito Santo não é a garantia de mudança no mundo das formas. Porém, se conseguir olhar, junto Deles, o mundo ilusório com perdão, vou realmente aceitar a Paz de Deus independentemente das mudanças. O que me incomoda é que, mesmo tendo essa compreensão, ainda sinto que algo está faltando, e percebo que não estou muito feliz sem os consertos dos problemas da minha vidinha de sonho.

Grupo Mera: Essa insatisfação é normal e não tem problema. Você não deixa de ser uma estudante dedicada do Curso por causa dela. Por isso Jesus insiste que nossa aceitação do que ele está ensinando precisa ser aos poucos. É sempre gradual a visão de que nada no mundo tenha um valor real por si mesmo, e que todas as coisas têm o valor dado por nós. Mas ter a consciência disso é muito importante para entendermos que a “desistência” das coisas do mundo pode ser uma escolha sem dor ou sensação de perda e, ainda, essa desistência não significa ficar sem elas, significa que elas não serão mais responsáveis pelo nosso bem-estar ou mal-estar.

Nós devemos nos respeitar muito e sempre: se algo é importante para nós, vamos fazê-lo ou obtê-lo - sem conflito. Trazer à lembrança que esse “objeto” (que pode ser qualquer coisa, desde um objeto fútil propriamente dito até um estudo espiritual) é importante para nós agora, lembrando que ele faz parte do sonho, é suficiente. Essa atitude-lembrança abre a porta para ouvirmos a orientação do Espírito Santo. Para Ele, nada é certo ou errado no mundo. É, então, muito mais útil para Ele, enquanto nos guia pelo caminho de volta para Casa, que nós nos perdoemos por ainda termos tantos desejos e necessidades, do que nos condenarmos por isso. Satisfazer esses desejos e necessidades enquanto vamos nos lembrando de Quem realmente somos, faz nosso caminhar suave.

 

56 - Estudante: Esse pesar que eu sinto pelos sofrimentos dos outros, já consigo ver que o foco real é a dor da separação dentro de mim, como acontece com cada um neste mundo. Hoje faz todo sentido o que você disse: todas as dores que vemos nas outras pessoas são, ainda, projeções da nossa própria dor de nos sentirmos separados. No entanto, sinto especialmente com meus filhos, pois sei que estão sofrendo muito mais do que expressam. Parece que eles nem sabem disto, e isso me dói ainda mais.

Grupo Mera: Você já entendeu que o que percebe como dor ou alegria nas outras pessoas é baseado sempre no seu próprio parâmetro de sua própria percepção. Nós não podemos saber exatamente qual é a dor que o outro está sentindo, apenas podemos imaginá-la, não é?

Pode ser útil você pensar que sofrer junto com qualquer pessoa, mesmo sendo seus filhos, não pode ajudar a sair do sofrimento. Mas esteja certa de que isso não significa que não fique em compaixão e também não significa que você não possa sentir dor.

O processo de correção do pensamento, o perdão, ensinado pelo Curso é passo a passo. Esses passos envolvem sempre pensarmos e vermos a coerência do que envolve esse ensino. Se as nossas preocupações e nossos os sofrimentos ajudassem as outras pessoas, poderiam ser úteis. Mas sabemos que não é assim.

O que fazemos quando, mesmo por um minúsculo instante, pensamos que o Espírito Santo sabe e vê um propósito para todas as coisas feitas pelo ego que nós não sabemos ou vemos, é dizer aos que amamos: “meu irmão, você é o Filho amado de Deus, portanto forte e inabalável por qualquer problema percebido no mundo irreal”.

Pode parecer a alguns que isso seja irresponsável ou descaso. Mas num próximo momento de entendimento mais profundo do que Jesus nos ensina em seu Curso, essa atitude vai mostrar que estamos reconhecendo a força da pessoa em sofrimento – lembrando-a que ela é o Cristo – e, ainda, que estamos tirando a realidade do processo de separação e dor de nossa mente, o que só pode ajudá-la, posto que somos um – uma mente.

Rezar pedindo que o Espírito Santo faça por nós, não é nada senão atender ao apelo de Jesus que em Um Curso em Milagres ensina que só “algo de fora” do sistema de pensamento de ego pode desfazer a realidade dele.

 

57 - Estudante: Você sempre me deu força para ensinar o Curso, mas, depois de tanto estudar outras coisas e ter-me “encontrado” no Curso, sinto agora que estou um pouco insegura, com medos. Na semana que passou, um aluno que pedia orientação sobre alguns problemas sérios, eu fiquei sem saber o que dizer. Isso é normal ou eu estou escorregando em algum ponto e não estou percebendo? Nas reuniões de estudos variados que sempre frequentei, ando um pouco retraída porque a cada vez que tento falar alguma coisa, todos me olham com desaprovação.

Grupo Mera: É normal você se sentir perdida em suas respostas porque agora elas estão tomando uma direção muito reta, o que pode chocar se com as opiniões formadas por tantas outras teorias que você já estudou e também nas reuniões espiritualistas que você frequenta.

Claro, muitas ideias que você viu nos estudos ao longo de sua vida poderão entrar em conflito com as do Curso, por isso insisto que não fale nada se não estiver em uma hierarquia onde você é a instrutora, porque assim é você quem dirige as informações. Todavia, tenha sempre o cuidado de dizer que não são suas as ideias, mas do Curso.

Ainda, se quiser frequentar essas reuniões, será mais seguro que ali você também sempre fale “Um Curso em Milagres diz”, quando for dar sua contribuição nos estudos. Não vai adiantar argumentar “isso não é assim, ou, é assim” porque cairá em uma discussão de pontos de vista – e não é o caso porque o que você pode falar é o que o Curso está lhe ensinando, não uma conclusão sua. Além disso, dando a autoria ao Curso, você se protege de qualquer discussão.

O mais importante, que conversamos há poucos dias em aula, é sobre a única obrigação do professor de Deus: aceitar os ensinamentos sobre a Expiação para si mesmo.  Usando outras palavras, isso quer dizer que ninguém precisa ensinar o Curso no sentido literal. Nossa necessidade é aprendê-lo. E é tudo o que o Espírito Santo nos pede.

Inconscientemente isso pode se chocar com aquilo que você acha que lhe dá valor ou mesmo que seria a sua obrigação: ser uma professora de espiritualidade, ter sempre todas as respostas e saber responder a todas as questões. Creio que você já deve ter pensado sobre de onde vêm essas cobranças. Sabendo que vêm do ego, pense agora se isso tudo poderia ter algum fundamento.

Quando estiver mais em paz, esqueça o ego por um instante e sinta-se bem, valorizada por ser uma aluna muito dedicada do Curso. Ser uma professora dele é uma consequência, que não necessariamente acontece no sentido literal do conceito de ensino. Você pode ensiná-lo sem usar nenhuma palavra ou ação específicas, mas com seus pensamentos, quando escolhe pensar junto com o Espírito Santo. O alcance do seu ensino-aprendizado não pode sequer ser imaginado por você. Esse processo não requer esforço. Dessa forma você aceitará, cada vez mais, a ideia de que seu valor já está garantido por Deus, quer você ensine esse Curso ou não. Com essa maneira de pensar, suas aulas e seus ensinamentos estarão mais “de acordo” com o que você precisa aprender, por isso não acarretará estresse.

 

58 - Estudante: Você disse que Um Curso em Milagres não é sobre ter pensamentos positivos, mas meu exercício de hoje sobre eu mesmo ter criado a minha emoção me fez pensar sobre isso. Se eu tiver pensamentos ruins, terei uma vida ruim; ao passo que terei uma vida boa se tiver pensamentos bons. O problema é que tenho muitos traumas e lembranças deles. Pensando nisso, chego à conclusão que minha vida será sempre muito ruim. Até o Deepak Chopra diz que para sabermos como está nosso corpo hoje é só lembrar-nos dos pensamentos que tivemos ontem.

Grupo Mera: Um Curso em Milagres fala sobre assumirmos a responsabilidade pelos nossos pensamentos porque só assim resgatamos o nosso poder para mudar o que não queremos, já que qualquer mudança só pode ser realizada na mente.

Para o Curso, tentar a todo custo manter pensamentos positivos é apenas a tentativa de esconder os negativos, o que só vai levar a encobrir ainda mais profundamente o que está nos martirizando no inconsciente. Tudo neste mundo ilusório é "dual", portanto, forçar a barra para não dar valor a uma parte e valorizar outra é dar realidade a ambas. Um avanço na teoria do Curso mostrará que um e outro, positivo e negativo, só existem para manter a ilusão, mas, como ilusões, não são nada.

Sim, Deepak Chopra tem razão, mas nós, estudantes do Curso, estamos falando de uma "oitava acima": corpos são mesmo atingidos pelos pensamentos, porém nós estamos investigando algo além disso. O Curso nos propõe que investiguemos sobre o fato de que todos os estados físicos e emocionais são na verdade percepções, independentemente dos corpos e da psique estarem saudáveis ou doentes. Isso significa que a mente que se percebe separada, se percebe em falta, que pode ser falta de saúde ou de qualquer outra coisa. Então, o Curso vai à causa de qualquer percepção de falta, ele nos mostra o caminho da volta ao conhecimento de que não podemos, na realidade, estar separados. Essa lembrança eliminará a percepção de que algo esteja nos faltando, o que Um Curso em Milagres chama de “princípio da escassez”.

 

59 – Estudante: Você me disse muitas vezes que sou eu quem crio as emoções que eu sinto. Se é assim, o que estou sentindo agora também. Mas eu não sei o que estou sentindo agora! É um incômodo terrível. Um pouco de ansiedade, talvez, que eu fico controlando e nem sei de onde vem. Já tentei muitas vezes, na terapia, ver de onde vem, mas nunca consegui. Como o Curso fala sobre esse sofrimento que não tem origem, muito menos controle? Como ele poderia me ajudar?

Grupo Mera: Será particularmente útil você perceber que não pode controlar esses sentimentos. Tente desistir de lutar contra eles e de tentar controlá-los. Torne-se um observador. É desta maneira que o Curso nos conduz a agir: tornando-nos observadores de nós mesmos. Apenas lembre-se de que isso é um processo.

Por que qualquer pessoa estaria ansiosa se não fosse por medo de que algo acontecesse ou de que algo não acontecesse? A ansiedade, assim como muitas outras emoções, é originada no medo. Ansiedade é sempre urgência e urgência é sempre medo de que algo possa acontecer se não estivermos de maneira diferente do que estamos naquele momento. Observe que há uma autocobrança por não estar “adequado” em como você está no momento presente. Talvez devesse estar fazendo algo ou se comportando de outra forma.

Um Curso em Milagres diz que a crença em que existe qualquer diferença com outra pessoa, já torna aquela mente culpada porque acreditar que é diferente é, de fato, a “prova” de que está separada de Deus. Isso se manifesta como desconfiança em nossos relacionamentos. Desconfiança é medo. Todavia, lembre-se de que estamos falando sobre algo que está esquecido no inconsciente. Então, as ameaças que estão escondidas aparecem em formas de ansiedade, por exemplo.

A necessidade de proteção é inerente ao ser que se sente separado. Ele se sente diferente dos demais e, portanto, acredita que pode sofrer danos oriundos daqueles que percebe fora.

O treinamento que o Curso propõe envolve o exame dos motivos para você estar ansioso. Esse exame vai levá-lo a perceber que existe sempre a necessidade de atacar ou de se defender de algo, ou alguém para proteger o seu ser separado (corpo mais personalidade).

É por isso que o Curso insiste em trazer os pensamentos inconscientes à tona, para que possamos vê-los sob a Luz do Espírito Santo e assim, entendermos que as ameaças são sempre imaginadas e têm a origem no sentimento de culpa escondido muito abaixo da superfície.

Depois de trazido à consciência e visto com os olhos do Espírito Santo, o pensamento de culpa não mais tem o poder que tinha antes. Mas, lembre-se, esse é um trabalho para toda vida, porque precisa ser feito com cada medo, pequeno ou grande, que vamos percebendo.

 

60 - Estudante: Depois de ler os livros onde o tema é o Curso, realmente muita coisa clareou para mim; eu peguei o “fio da meada” e tudo ajudou a sedimentar as ideias. Mas eu tenho algumas observações, que não estão me deixando muito “feliz”. Quando revejo o texto com você e faço os exercícios como estou fazendo nesses dias de volta aos módulos, tudo fica mais fácil. Durante esses três anos que conheci o Curso, passei por altos (amor/perdão/paz prevalecendo) e baixos (o ego me dominando completamente). Sinto que se existisse um grupo de apoio, minha vida seria mais fácil.Comparo o domínio do ego com um alcoólatra completamente dependente do vício. Quando frequenta a associação (AAA), consegue ficar longe da bebida. Mas quando se afasta dos encontros, volta a beber. No meu caso, o ego vem com toda a força ao sentir minha fraqueza. Nos próximos meses, depois de refazer esse módulo, eu tenho certeza de que será mais fácil lidar com as situações.Estou trabalhando o perdão com facilidade porque tenho experimentado que exercitando-o estou fazendo bem para mim e para as pessoas ao meu redor. Mas, ao mesmo tempo em que estou em paz, tenho uma certa "melancolia" (talvez a palavra mais certa seja “medo”) por saber que se não mantiver as ideias do Curso sempre revisadas terei meu opressor, o ego, tentando me dominar novamente. Parece que o aprendizado desapareceu ou que não aprendi nada mesmo.

Grupo Mera: Importantíssima essa percepção - embora nem todos os alunos a tenham. Você não é diferente de mim ou qualquer outro estudante. É assim mesmo, todos nós vamos caminhando com altos e baixos, mas vamos percebendo que voltamos para os “altos” cada vez mais rápido com o treino. Você tem toda razão nessa sua observação. Aulas periódicas, com temas específicos, leituras e comentários, ou ainda, aulas com exercícios de introspecção das ideias, são os meios que nós, Grupo Mera, conseguimos ajudar os estudantes a manterem as ideias “vivas” na memória. Encontros "livres" para discussões do tipo grupo de estudos, sempre são apoiadas e incentivadas por nós, embora, como você sabe, não podemos participar pessoalmente porque, neste momento, não temos estrutura (tempo) para isso.

No entanto, pode estar certo de que isso que você sente acontece com todos os estudantes, sem exceção. Por isso "Todo dia é dia de treino". Mesmo dando aulas constantemente e, portanto, me lembrando mais facilmente das ideias, não estou, de forma alguma, livre de cair nas armadilhas do ego. Aprendi com o Curso que o problema não é cair nessas armadilhas, mas que sem o treino diário, nossa volta ao estado de paz é muito mais demorada.

Vamos organizar os pensamentos: enquanto estivermos "vivos", acreditando que somos esses seres em corpinhos separados, nossa identificação com o ego (na existência dele) é inevitável. Nossa tarefa aqui não é viver sem o ego, mas escapar dele (isso está literalmente no Curso quando ele mostra que nossa percepção junto com o Espírito Santo nos faz escapar das leis das percepções do ego). Em outras palavras, não somos maus alunos do Curso por cair nas armadilhas egoicas, mas somos ótimos alunos quando encaramos os escorregões e, junto do Espírito Santo, dizemos: Ah, tudo bem, aqui estou eu, de novo, completamente identificado com o ego. Pois assim que você consegue observar isso, já está na companhia Dele uma vez que o ego não o deixaria olhar-se, observar-se.

Sua “melancolia”, ou como você mesmo disse, seu medo, acontece por causa das ameaças dele (ego). E todos, em algum momento passam por isso, embora “o” Jesus nos alerte sempre em relação a não devermos ter medo do ego porque ele tem medo de nós.

Dessa forma, juntos, com as trocas de ideias que fazemos nos encontros e estudos, vamos nos lembrando (e cada vez mais), de que o ego é apenas nosso pensamento de resistência à ideia da unicidade. Assim, olhando sempre de frente para todas as formas de resistência, vamos perdendo esse medo, e, sempre juntos (temos força quando nos juntamos num “mesmo interesse”), trocamos a melancolia, o desânimo, ou o medo, por risos!

O caminho para escaparmos do ego é este: olharmos para o fato de o termos escolhido como nosso guia, aceitarmos com calma que ainda cairemos muito em suas armadilhas, e, com muita gentileza conosco, rirmos disso tudo.

 

61 - Estudante: Eu preciso confessar a você: eu odeio processos, de qualquer tipo. Estou certo de que isso não é uma crença, é apenas um gosto. Tenho pressa, pensar que vou ficar esperando e planejando caminhos e meios e processos me deixa muito nervoso. Nessas horas não acredito e não me interesso pelo Curso! Ele não diz que todo poder está na mente?! Eu me imagino rico e saudável, tenho pensamentos legais e bons, e minha vida ainda continua uma porcaria. Como faço com isso? Fico com muita raiva quando você me diz para fazer apenas um exercício por dia.

Grupo Mera: Entendo perfeitamente esse estado de urgência e a dor que sentimos quando pensamos que “a vida está passando” e as coisas não mudam, mesmo com nossos sinceros esforços. No entanto, precisamos considerar algumas coisas sobre esses esforços. Uma delas, por exemplo, é: quanto tempo dura sua sensação de "direito" de estar rico e saudável? Embora seja realmente difícil de acreditar, nós podemos estar felizes e em paz em qualquer situação. Se puder ser sincero ao examinar sua mente e sua vida, você pode ver que alguns problemas vêm de longa data e existem mesmo quando estamos em alguma situação alegre e feliz. Nesses momentos os problemas crônicos ainda existem, mas não estão no foco de nossa atenção. Podemos concluir que os pensamentos direcionados aos problemas, que são, em outras palavras, nossas interpretações de cada situação, é o que nos causa dor. Porém, não confunda: isso não quer dizer abrir mão de termos todas as coisas boas que este mundo que inventamos tem! Nós só estamos apenas tomando consciência de que nada neste mundo pode nos dar plenitude ou realização, falta ou dor. Nada num mundo ilusório pode nos dar alegria ou causar tristeza. Eu disse que estamos começando a nos conscientizar disso. Novamente, para aceitarmos verdadeiramente essa ideia, é preciso bastante treino, que começa com a análise da coerência dessa linha de pensamento e segue com a clareza da motivação para treinar: a paz da mente, que é realmente o que queremos.

 

62 - Estudante: Minha lição de hoje é “Eu não vejo nada tal como é agora.”. Penso que meu retraimento possa, então, não ser como estou vendo e pensando que seja. Minhas questões secretas são “o que será que as pessoas estão pensando de mim?”, “será que estou perdendo a capacidade de entender a mensagem do Curso?”, “estou com medo de perder o prestígio que tenho, medo que as pessoas percebam que eu não sou aquilo que elas pensavam que eu fosse. Mas justo agora que sou uma facilitadora desse Curso? Receio que as pessoas percam a confiança em mim.” Eu reconheço o enorme volume de pensamentos que o ego vem trazendo com a intenção de me deixar confusa, como se algo estivesse me cercando e não me deixando responder as questões dos alunos adequadamente. Isso me deixa muito irritada e acaba por complicar ainda mais as coisas. Não consigo me perdoar, embora esteja tentando exaustivamente. Este período está muito complicado. Como sua experiência como facilitadora é bem maior, quero saber se você já teve períodos assim e como eu posso sair desse círculo vicioso de raiva-culpa-confusão.

Grupo Mera: A primeira questão a pensarmos juntas é exatamente a mensagem da sua lição de hoje: “Eu não vejo nada tal como é agora.”. O seu julgamento sobre como as pessoas estão vendo você continua sendo o seu próprio julgamento, que tem como base seu autoconceito aprendido há muito tempo. Jesus não quer que ensinemos seu Curso, ele quer que o aprendamos. Algumas pessoas escolhem ensiná-lo (como eu e você), como um recurso ou ferramenta para aprendê-lo. Quando um estudante acha que precisa saber toda mensagem do Curso, corre o risco de estar transformando-o em uma “arma para concretizar a separação”. Precisamos ficar atentos aos recados sutis do ego sobre sermos melhores ou estarmos em uma posição de superioridade em relação a qualquer outra pessoa simplesmente porque a dor ou o limite que vemos nela é exatamente a nossa própria dor e o nosso próprio limite, já que somos um. Obviamente o ego não deixaria de aproveitar a chance de manter-nos em sua confusão com conflitos e medos, principalmente quando estamos próximos a esse entendimento. Podemos dizer que essas fases podem ser um recurso do ego para não nos deixar lembrar que podemos escolher o Espírito Santo em seu lugar. Nesses momentos, será sábio se você o deixar falar e lembrar-se de ser um observador gentil de si mesmo. A paciência consigo mesma a levará mais para perto do não julgamento, um passo importantíssimo no processo do perdão verdadeiro: observarmo-nos escolhendo o ego sem condenação. A propósito, eu já tive vários períodos como esse que você está passando e, provavelmente, ainda terei outros. O problema nunca é termos escolhido o ego, mas nos condenarmos por isso. Só a gentileza e a paciência com a gente mesma é que consegue reverter o jogo abrindo o caminho para escolhermos Jesus ou o Espírito Santo

 

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