Contra o ódio que o Filho de Deus pode acalentar contra si mesmo, acredita-se que Deus é impotente para salvar o que Ele criou da dor do inferno. Mas no amor que ele demonstra por si mesmo, Deus é libertado para deixar que a Sua Vontade seja feita. No teu irmão, tu vês a imagem do que acreditas que tem que ser a Vontade de Deus para ti.  No teu perdão, compreenderás o Seu Amor por ti; através do teu ataque, acreditarás que Ele te odeia, pensando que o Céu tem que ser o inferno. (UCEM–T-25.V.6:1-4)

 

Um Curso em Milagres nos conta por toda sua extensão que a “diminuta e louca ideia” de ser possível trair Deus deixou a culpa arquivada em nossas mentes. Por nos sentirmos culpados, odiamos a nós mesmos. Olhar para isso, no sentido de assumir a culpa, é tão tenebroso, que a escondemos de nós mesmos e passamos a ver essa culpa fora da mente – o que no Curso é chamado de “projeção”. Acabamos por ter todos os nossos relacionamentos baseados na dinâmica de amor e ódio. Como esquecemos que temos uma culpa “intrínseca”, olhamos para nossos irmãos e os vemos como a projeção de nosso próprio auto-ódio. Dessa maneira, os vemos como inimigos.

Assim, quando nos sentimos ameaçados, reagimos com ataque ou defesa (a defesa também é um ataque), e então, o ódio a eles provocado por essas reações, faz com que o nosso auto-ódio seja reforçado, pois nossos irmãos estão servindo de tela para a projeção desse ódio que não queremos ver em nós.

No entanto, isso ainda não termina assim. Quando nos sentimos “atacáveis”, a memória inconsciente de que Deus é impotente para nos salvar desse “inimigo” aparece camuflada. Essa parte do livro texto fala sobre um sentimento inconsciente de estarmos abandonados e sermos desprotegidos porque Deus não quer nos salvar, sendo essa a Sua vingança pelo que fizemos a Ele.

O perdão realizado através da escolha consciente, da análise feita junto do Espírito Santo, desmancha o ódio projetado em outras pessoas e, dessa forma, restaura o autoamor. Isso, então, vai nos mostrar que o medo de Deus é infundado. Perdoando nossos irmãos, perdoamos a nós mesmos por toda fantasia de um deus vingativo, restaurando a confiança de que Sua Vontade para nós é a felicidade perfeita.

Grupo Mera